Um dos instrumentos de maior utilidade em oficinas de reparação de rádios e outros equipamentos de áudio é o injetor de sinais. Descrevemos, neste artigo, a montagem de um simples injetor que pode ajudar o leitor a localizar falhas de diversos tipos em equipamentos de som.

O uso de um multivibrador astável, que fornece um sinal retangular rico em harmônicas, permite que o injetor seja usado não só em circuitos de baixa frequência (áudio), como também em etapas de RF.

De fato, as harmônicas deste circuito se estendem a frequências suficientemente altas para permitir a prova também de circuitos de AM e FM.

O projeto proposto utiliza apenas dois transistores de uso geral, oscilando em torno de 1 kHz. A alimentação poderá ser feita tanto com duas pilhas comuns, como com uma única pilha, se for desejada uma montagem mais compacta.

A intensidade do sinal é bastante boa, podendo excitar mesmo as etapas de saída de áudio de pequenos amplificadores.

 

 

Como Funciona

Num multivibrador astáveL cada transistor conduz alternadamente a corrente numa frequência que é dada pela fórmula:

f = 1/(1,1 x R x C)

 

onde:

R é resistência de polarização de base do transistor e C é o capacitor de acoplamento em Farads.

O resistor de coletor é calculado de modo a ter um valor de aproximadamente R/10, supondo assim um ganho mínimo para o transistor que forneça a possibilidade de oscilação.

Para um resistor de base de 220 k, podemos então fixar em 22 k o resistor de coletor que também será responsável pela corrente média consumida pelo injetor.

Esta corrente pode ser calculada então por:

I = 3/22 x 103

I = 0,13mA

l = 130 uA

 

Trata-se, pois, de um consumo de corrente bastante baixo que garante uma excelente durabilidade para as pilhas.

 

 

Montagem

Na figura 1 temos o circuito completo do injetor.

 

Figura 1 – Circuito completo do injetor
Figura 1 – Circuito completo do injetor | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Na figura 2 temos a montagem em uma placa de circuito impresso que também serve de suporte para a (s) pilha(s).

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Os capacitores são cerâmicos e os resistores de 1/8 ou ¼ W.

A ponta de injeção de sinal pode ser feita com uma agulha grande de costura, que admite a solda.

A ligação negativa é conseguida por meio de uma garra jacaré.

 

 

Prova e Uso

A prova é simples: basta injetar o sinal do aparelho na entrada de qualquer amplificador, como mostra a figura 3.

 

Figura 3 – Testando o injetor
Figura 3 – Testando o injetor

 

 

Deve haver a reprodução normal do som gerado, ou seja, um apito agudo de boa intensidade.

O uso do injetor deverá ser abordado em outro artigo desta série, já que ele admite inúmeras possibilidades.

Podemos apenas adiantar que o injetor simula o sinal de uma estação, toca-discos ou toca-fitas, devendo ser aplicado à entrada de cada etapa do aparelho.

Deve ocorrer a reprodução do som em intensidade que depende da posição da etapa. Se isso não ocorrer teremos uma etapa com deficiência.

 

Q1 - Q2 - BC548 ou 2N2222- transistores NPN

R1, R4 – 22 k x 1/8 W – resistores (vermelho, vermelho, laranja)

R2, R3 – 220 k x 1/8 W – resistores (vermelho, vermelho, amarelo)

C1, C2, C3 - 10 nF - capacitores cerâmicos

B1 -1,5 ou 3 V - 1 ou 2 pilhas pequenas

Diversos: suporte de pilhas, placa de circuito impresso, garra jacaré, fios, solda, agulha etc.