Eis um interessante efeito sonoro que pode ser usado em guitarras, violões ou mesmo com equipamentos de som, para a edição de fitas ou em operação normal. O circuito é bastante simples, podendo ser intercalado entre qualquer instrumento eletrônico ou fonte de sinal e o amplificador de potência.

Os efeitos sonoros são sempre atraentes, principalmente para os que tocam algum instrumento, possuem conjuntos musicais ou que gostam de curtir um som de modo diferente.

Existem alguns efeitos, em especial, que são bastante simples de montar, como este trêmulo que emprega apenas 3 transistores e é alimentado por pilhas comuns.

Intercalado entre uma fonte de sinal e o amplificador de potência, este circuito modula o som de modo a provocar variações rápidas numa frequência infrassônica, 0 que resulta na reprodução “tremida" que dá origem ao seu nome.

A montagem do aparelho é bastante simples e o único ponto crítico está na utilização de fios blindados nas entradas e saídas, para se evitar a captação de zumbidos, já que trabalhamos com sinais de áudio de baixa intensidade e que estão sujeitos a grande amplificação.

Todos os componentes são comuns no nosso mercado e o aparelho possui apenas dois controles.

 

 

O CIRCUITO

Um transistor de alto ganho e baixo nível de ruído é usado como amplificador de ganho variável

Este transistor é Q1, que tem na sua polarização de base uma rede de aplicação de sinal de modulação, na qual se destaca P1, que é o controle de profundidade do efeito.

Com a aplicação do sinal, uma senoide de baixa frequência (entre 0,1 e 10 Hz), o ganho do transistor se altera, e com isso a amplitude na saída.

Obtemos então as variações de intensidade que caracterizam o efeito.

A senoide de baixa frequência é obtida através de um oscilador de deslocamento de fase com dois transistores (02 e 03), e sua frequência é dada tanto pelos capacitores de realimentação como pelos resistores associados.

Fazendo um dos resistores ajustável, podemos fixar a frequência conforme o tipo de efeito que desejamos.

A alimentação do circuito é feita com uma tensão de 6 V, que pode ser obtida de 4 pilhas pequenas, já que o consumo de corrente da unidade é bastante baixo.

Se for usada fonte de alimentação, deve ter excelente filtragem paria que o ripple não produza roncos na reprodução do som.

 

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o circuito completo do aparelho.

 

   Figura 1 – Circuito completo
Figura 1 – Circuito completo | Clique na imagem para ampliar |

 

 

A chave S2 serve para comutar o efeito, desligando-o e deixando que o sinal passe diretamente da fonte para o amplificador.

A placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Observe que tanto os cabos de entrada de sinal como saída são blindados, com as malhas devidamente interligadas e conectadas ao negativo da fonte, para que não ocorra a introdução de zumbidos.

Os resistores são todos de 1/8 ou ¼ W. P1 é um potenciômetro que controla a profundidade do efeito, enquanto que P2 pode ser um trimpot.

Os capacitores eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de pelo menos 6 V, e C8, o único capacitor não eletrolítico, pode ser cerâmico ou de poliéster, com tensão de trabalho a partir de 25 V.

Para as entradas e saídas devem ser usados jaques e plugues de acordo com o instrumento e a entrada do amplificador.

 

 

PROVA E USO

Este circuito deve ser intercalado entre instrumentos (violões ou guitarras), toca-discos ou tape-decks e a entrada de amplificadores ou pré-amplificadores.

Não aplique em sua entrada sinais vindos da saída de amplificadores e nem tente ligar alto-falantes ou dispositivos de baixa impedância na sua saída, pois poderá ocorrer forte distorção do sinal.

Depois de fazer a ligação do instrumento ou fonte de sinal e do amplificador, ajuste-os e atue sobre P1 de modo a obter o efeito desejado.

Se não ocorrer o efeito, verifique a oscilação de Q1 e Q2 usando um multímetro ligado ao emissor de Q3. Deve ser observada uma oscilação da agulha.

Caso isso não ocorra, verifique os transistores e os componentes associados ao oscilador, além do ajuste de P2.

 

Q1 - BC549 ou equivalente - transistor NPN de baixo ruído

Q2, Q3 - BC548 ou equivalente transistores NPN de uso geral

P1 – 1 k - potenciômetro

P2 – 22 k - trimpot

R1 – 56 k x 1/8 W - resistor (verde, azul, laranja)

R2 – 1 k x 1/8 W - resistor (marrom, preto, vermelho)

R3, R4, R7 – 47 k x 1/8 W – resistores (amarelo, violeta, laranja)

R5 – 10 k x 1/8 W - resistor (marrom, preto, laranja)

R6 - 1M5 x 1/8 W - resistor (marrom, verde, verde)

R8 - 2k2 x 1/ 8 W - resistor (vermelho, vermelho, vermelho)

R9 - 330 ohms x 1/8 W - resistor (laranja, laranja, marrom)

R10 - 220 ohms x 1/8 W – resistor (vermelho, vermelho, marrom)

R11 - 5K6 x 1/8 W - resistor (verde, azul, vermelho)

R12, R13 – 22 k x 1/8 W – resistores (vermelho, vermelho, laranja)

R14 - 4k7 x 1/8 W - resistor (amarelo, violeta, vermelho)

C1, C2 - 2,2 uF x 6 V – capacitores eletrolíticos

C3, C4, C5, C6 - 4,7 uF x 6 V - capacitores eletrolíticos

C7 - 47 uF x 6 V - capacitor eletrolítico

C8 – 22 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster

C9 – 100 uF x 6 V - capacitor eletrolítico

S1 - chave de 2 polos x 2 posições

S2 - interruptor simples B1 – 6 V - 4 pilhas pequenas

J1, J2 - jaques de entrada e saída conforme equipamento de som e instrumento usado

Diversos: placa de circuito impresso, caixa para montagem, suporte para 4 pilhas pequenas, fios blindados, knob para o potenciômetro, fios, solda etc.