Robôs, automatismos diversos controlados ou não por computadores que utilizam caixas de redução com motores de corrente contínua podem ser controlados paralelamente ou diretamente por um feixe de luz com a ajuda do circuito que descrevemos neste artigo. Com um feixe de luz podemos inibir controles, mudar o sentido de rotação ou dar a partida em automatismos.
Motores de corrente contínua não podem ser utilizados diretamente na movimentação da maioria dos dispositivos a que são acoplados dada a velocidade de rotação muito grande de seu eixo associada a um pequeno torque. Para obtermos menor velocidade e maior torque usamos caixas de redução que consistem em conjuntos de engrenagens cujo dimensionamento determina tanto a velocidade com que o eixo de acoplamento vai girar como a força que ele pode fazer.
Com caixas de redução, pequenos motores podem ser usados para movimentar as partes de um robô, pequenos veículos telecomandados, automatismos diversos, etc., conforme mostra a figura 1.
A caixa de redução que mostramos na figura 1 é vendida pela Saber Promoções e Publicidade e pode ser utilizada com motores de 3 a 12 Volts. Na versão "de fábrica" ela vem com motor de 6 volts que, entretanto, pode ser facilmente trocado.
O circuito que apresentamos neste artigo permite o controle de uma caixa de redução a partir de um feixe de luz usando como sensor um LDR comum. A sensibilidade do circuito é excelente, já que até mesmo a luz de um fósforo ou vela a alguns metros de distância é suficiente para acionar o motor. Isso leva a diversas utilizações possíveis para o sistema como por exemplo um controle remoto em que o transmissor é qualquer fonte de luz, um farolete por exemplo ou um pequeno espelho.
COMO FUNCIONA
Para acionar o motor usamos um par de transistores na configuração Darlington que aumenta os ganhos dos componentes em relação ao uso separado. O transistor Q1 atua como um excitador enquanto que o transistor Q2 atua como saída de potência controlando diretamente motores com até 500 mA de corrente.
O circuito básico pode funcionar com tensões de 3 a 6 volts o que torna bastante útil. Na entrada da etapa amplificadora transistorizada temos o sensor que consiste no LDR e um potenciômetro de ajuste.
Com a redução da resistência do LDR ao ser iluminado, temos o aumento da corrente de base do transistor Q1. Essa corrente é amplificada a ponto de resultar numa corrente suficientemente forte para acionar o motor.
O potenciômetro tem por função ajustar a sensibilidade do circuito de modo a compensar a influência da luz ambiente.
Os LDRs são bastante sensíveis a ponto de apresentarem fortes variações da resistência mesmo com intensidade de luz muito pequenos. Podemos dizer que os LDRs são até mesmo mais sensíveis que o olho humano.
MONTAGEM
Na figura 2 temos o diagrama completo do controle.
Como são poucos os componentes usados, podemos soldá-los diretamente numa ponte de terminais, conforme mostra a figura 3.
O transistor Q2 deve ter um pequeno radiador de calor, principalmente se o motor usado exigir uma corrente maior que 200 mA. Podemos também usar equivalentes deste transistor como o TIP32 apenas lembrando que a disposição dos terminais é diferente.
O resistor é de 1/8W ou maior e para o LDR qualquer tipo redondo pequeno ou grande de uso geral serve. O potenciômetro deve ter valor de acordo com a intensidade de luz que vamos usar no controle ou a sensibilidade desejada.
Para uma operação com pequena intensidade de luz, usando a unidade num sistema de controle remoto, o potenciômetro deve ter maior valor ficando na faixa de 470 k? a 1 M?.
Para trabalhar com iluminações intensas em um automatismo acionado pela luz ambiente, por exemplo, o potenciômetro pode ser menor, ficando na faixa de 100 k ? a 470 k?.
O diodo D1 admite equivalente e tem por finalidade evitar que os transientes gerados na comutação das escovas do motor afetem os transistores.
A fonte de alimentação deve ser dimensionada de acordo com as exigências do motor. Podem ser usadas pilhas comuns ou uma fonte a partir da rede de energia.
PROVA E USO
Para maior diretividade na ação do LDR, ele pode ser instalado num tubinho opaco com uma lente convergente na sua parte frontal.
Para experimentar o aparelho, basta ligar a unidade e ajustar P1 até que o motor fique prestes a funcionar com o LDR coberto. Descobrindo o LDR o motor deve entrar em funcionamento imediatamente.
Em função da aplicação desejada deve ser feito um reajuste do potenciômetro. Para aplicações fixas (com iluminação sempre no mesmo nível) o potenciômetro pode ser substituído por um trimpot.
Para controlar uma caixa de redução a partir de um computador (sem fio) o computador através de sua saída paralela acionaria uma pequena lâmpada apontada para o automatismo com a caixa de redução que então ligaria e desligaria à distância. Evidentemente, o acionamento de uma lâmpada pela porta paralela exige uma interface apropriada.
Este aparelho quando usado em feiras de ciências também serve para demonstrar o princípio de funcionamento das foto-células ou ôlho eletrônico em automatismos diversos como alarmes e sistemas de abertura de portas.
Se o LDR for trocado de posição com o potenciômetro P1 teremos o acionamento do motor com o corte da luz (sombra) e sua parada quando a luz incidir, invertendo assim a ação do controle.
Semicondutores:
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral
Q2 - BD135 ou equivalente - transistor NPN de média potência
D1 - 1N4148 ou equivalente - diodo de silício
Resistores: (1/8W, 5%)
P1 - 100 k? a 1 M? - potenciômetro - ver texto
LDR - Foto-resistor comum - ver texto
Capacitor:
C1 - 100 µF/12V - eletrolítico
Diversos:
M - Caixa de redução com motor de 3 ou 6 volts - ver texto
Ponte de terminais, caixa para montagem, radiador de calor para o transistor de potência, fonte de alimentação ou pilhas, fios, solda, botão para o potenciômetro, etc.