O mixer ou misturador de áudio é uma montagem de grande utilidade para os que editam fitas, fazem gravações de programas caseiros, ou então costumam dar festas em que o som de equipamentos como toca-discos e tape-decks é mixado ao som de microfones. Descrevemos um, bastante simples, Com bom ganho, que na versão básica tem 3 canais mas que pode ser expandido indefinidamente

Este mixer apresenta características excelentes para trabalhos de pequeno porte tais como a edição caseira de fitas, festas ou simples realização de programas.

Sua resposta é linear na faixa audível e microfones de baixa impedância de 100 ohms a 600 ohms podem ser usados diretamente sem a necessidade de pré-amplificadores, já que o circuito tem um ganho bastante bom, da ordem de 35 dB.

A saída possui nível de sinal suficientemente alto para excitar a maioria dos amplificadores comuns de potência.

A alimentação é feita a partir de uma tensão de 12 V, mas com consumo de corrente bastante baixo, o que possibilita o aproveitamento das fontes dos próprios amplificadores, ou então uma fonte própria se for usado de modo independente.

Para maior versatilidade de operação descrevemos a montagem com base em potenciômetros deslizantes, mas numa versão econômica podem ser usados potenciômetros comuns.

Outra característica importante para este projeto é o uso de transistores tornando-o acessível aos leitores menos experientes em montagens com integrados, se bem que seu desempenho deixe a dever aos circuitos bem mais elaborados.

O circuito mostrado tem 3 canais de mixagem que resultam numa saída para uma versão monofônica. Para uma versão estereofônica, basta montar duas unidades e alimentar por uma única fonte, teremos então 3 canais de entrada para Cada Canal de saída, Conforme sugere a figura 1.

 

Figura 1 – Versão de dois canais
Figura 1 – Versão de dois canais

 

Cada entrada leva um transistor amplificador de entrada na configuração de emissor comum, isto é, o sinal é aplicado na base do transistor via capacitor e retirado de seu coletor, via capacitor.

O transistor terá um ganho determinado basicamente pela relação que existe entre o resistor de base e o resistor de coletor, podendo o resistor de base especificamente ser alterado para mudar as características do aparelho.

Usamos transistor BC549 nesta etapa de entrada porque este tipo tem baixo nível de ruído e alto.-ganho. Fontes de pequena intensidade de sinal podem então ser usadas sem problemas tais como microfones dinâmicos, Cápsulas cerâmicas etc.

Cada etapa de amplificação envia o sinal ao potenciômetro deslizante que controla a intensidade de mixagem. Podemos então regular nestes potenciômetros quanto de sinal de cada canal deve participar na formação do sinal de saída.

Os sinais mixados são juntados numa linha única após os potenciômetros e levados a um amplificador com dois transistores, também na configuração de emissor comum.

Estes transistores fornecem a amplificação final de modo a termos uma saída capaz de excitar qualquer amplificador de potência comum. São usados nesta etapa transistores comuns, se bem que transistores de baixo ruído e alto-ganho como os BC549 também possam ser empregados.

A expansão para mais canais até 5 ou 6 não afeta a impedância de entrada da última etapa do circuito de modo que pode ser feita sem problemas.

 

MONTAGEM

Começamos por dar o diagrama completo de um dos canais com 3 entradas na figura 2.

 

Figura 2 – Diagrama do aparelho
Figura 2 – Diagrama do aparelho

 

 

Para uma versão estereofônica basta repetir esta verão duas vezes e montar uma fonte de alimentação comum. Na figura 3 damos nossa sugestão de placa de circuito impresso.

 

Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem

 

 

A placa é projetada de modo a termos entradas e saída de um lado só, o que possibilita a montagem em painel do aparelho.

Entretanto, nada impede que uma disposição diferente seja planejada, principalmente porque nesta a trilha de saída é longa o suficiente para que, em aplicações mais críticas, ocorram captações de zumbidos.

No entanto, montando a unidade em caixa blindada ou então blindando especificamente esta ligação, os ruídos que podem aparecer serão eliminados.

A fonte de alimentação de 12 V está na figura 4.

 

Figura 4 – Fonte de alimentação
Figura 4 – Fonte de alimentação

 

 

Usamos um integrado regulador da Texas e bons capacitores de filtragem para evitar problemas de ronco. No carro, o aparelho pode ser ligado diretamente à bateria.

Os componentes para o aparelho não são críticos. Os transistores de entrada são BC549 ou BC239 de baixo nível de ruído, e para os demais temos ainda como equivalentes os BC547, BC548, BC237 e BC238.

Os potenciômetros são lineares deslizantes de 100 k. Uma possibilidade para a versão estéreo que torna dependentes os ajustes de entrada é o uso de potenciômetros duplos, mas neste caso a placa deve ser reprojetada.

Os resistores usados são de 1/8 ou ¼ W com tolerância de 20% ou menos e os capacitores eletrolíticos são para 12 V ou mais. Os demais capacitores podem ser cerâmicos ou de poliéster.

É muito importante que os cabos de entrada e saída de sinal do mixer sejam blindados, para que não ocorram captações de zumbidos ou realimentações que prejudiquem a qualidade do som.

Se for usada caixa metálica para a montagem (o que é recomendável) o polo negativo da alimentação deve ser conectado a ela, para servir de blindagem.

 

PROVA E USO

Ligue as saídas do mixer às entradas auxiliares de um amplificador de potência (ou de um transistor). Nas entradas devem ser ligadas as fontes de sinais, como mostra a figura 5.

 

Figura 5 - Utilização
Figura 5 - Utilização | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Coloque inicialmente os potenciômetros todos para baixo (mínimo) e ligue as alimentações dos aparelhos todos. O amplificador deve estar em volume não muito elevado.

Depois, acione cada potenciômetro individualmente para verificar sua atuação na entrada de sinal correspondente.

Se quiser marque os pontos em que começa a ocorrer distorção por sobre-excitação de cada canal para não ultrapassá-los.

Comprovado o funcionamento é só usar o seu mixer da melhor maneira possível.

 

Q1, Q2, Q3 - BC549 ou BC239 - transistores de alto-ganho NPN

Q4, Q5 - BC547 ou BC548 – transistor NPN de uso geral

P1, P2, P3 – 100 k - deslizantes lineares potenciômetros

R1, R2, R3 - 2M2 - resistores (vermelho, vermelho, verde)

R4, R5, R6 – 15 k - resistores (marrom, verde, laranja)

R7, R8, R9 - 2k7 - resistores (vermelho, violeta, vermelho)

R10 - 2k7 - resistor (vermelho, violeta, vermelho)

R11, R14 – 330 k - resistores (laranja, laranja, amarelo)

R12, R16 - 47 ohms - resistores (amarelo, violeta, preto)

R13 - 2k7 - resistor (vermelho, violeta, vermelho)

R15 - 6k8 - resistor (azul, cinza, vermelho)

R17 - 470 ohms - resistor (amarelo, violeta, marrom)

C1, C2, C3, - 100 nF .- capacitor de poliéster ou cerâmico

C4, C5, C6 - 1 uF - capacitores eletrolíticos

C7 - 1 uF ou 2,2 ,uF - capacitor eletrolítico

C8, C9 - 10uF - capacitores eletrolíticos

C10 - 100 uF a 220 uF - capacitor eletrolítico

Diversos: placa de circuito impresso, jaques de entrada e saída, material para

a fonte de alimentação, caixa, fios etc.

 

 

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