Este é um dos artigos mais antigos que “recuperei” de minha enorme coleção de publicações. O artigo foi publicado na seção Circuitos Alheios da Revista Eletrônica Popular numa edição de julho de 1966. Vale como historia e também como montagem prática, pois ainda é possível fazer sua montagem.

 


 

 

 

“Para o montador novato”

O preço elevado dos equipamentos eletrônicos impede que os montadores novatos os possam adquirir de imediato. Como, no entanto, quase todas as montagens exigem medidores e testes de circuito, os projetos ficam, inevitavelmente, impossibilitados de serem levados avante.

Por este motivo o Autor, antes de se enforcar diante dos preços dos instrumentos, resolveu criar, com as peças da sucata, um aparelho bem simples que pudesse dar uma ajudazinha aos novatos da eletrônica.

Um aparelho para ser montada por um principiante deve ser simples; assim, depois de algumas marteladas no dedo e cabeçadas na parede, saiu a "coisa" que aqui vai descrita, e que resolvemos apelidar de "Laboratório Mono transistorizado".

Um único transistor exerce nesse aparelho as seguintes funções: Amplificador de baixo ganho.

Provador de continuidade.

Provador de transistores.

Medidor de resistência.

Oscilador de áudio com saldas de alta e de baixa impedância.

Metrônomo.

Sua alimentação consistirá em duas pilhas de 1,5 volt, mas a corrente exigida para o seu funcionamento é tão baixa que bastarão 30 mA para que o seu oscilador comece a trabalhar.

 

O CIRCUITO

O coração do circuito é um transistor que ora opera como um oscilador Hartley, cuja frequência é controlada por R1, ora como amplificador de áudio.

Duas chaves e um interruptor selecionam qual será a função exercida.

As saídas, tanto do oscilador como do amplificador, são tiradas de um dos três jaques, J2, J3 ou J4.

Como amplificador este aparelho necessita de um sinal de entrada de considerável amplitude, e mesmo assim, o transdutor limitar-se-á a um fone, mas isso não se constitui em problema, pois o leitor poderá montar um pré-amplificador.

 

A MONTAGEM

Uso, naturalmente, ficará a cargo do leitor que poderá dispor as peças num chassi de madeira, metal ou circuito impresso.

Caso o leitor queira, no entanto, para não ficar "quebrando a cabeça" com projetos de caixas, poderá seguir nossa sugestão, montando a conjunto num chassi em L, de 8 cm de largura por 9 de altura e 18 de comprimento. TR1, T1, R2, C1 e C2 poderão ser montados num pequeno painel que será fixado na caixa, como mostra o desenho da distribuição de elementos.

Os potenciômetros, as chaves, o interruptor e os jaques serão colocados na face anterior da caixa, ao mesmo tempo em que a bateria poderá ser colocada na caixa, presa por fita adesiva ou parafusos.

O alto-falante poderá ficar na própria caixa, num dos seus lados.

O único cuidado a ser tomado é com o transistor, na sua soldagem, evitando o superaquecimento ou inversão da polaridade da bateria, que deve ser cuidadosamente observada.

 

OPERAÇÃO

1) Como amplificador:

Liga-se um microfone, cápsula fonográfica ou outra fonte externa de sinal em J1.

CHI e CH2 deverão estar na posição A

CH3 deverá estar desligado.

Em J4 deverá haver urna carga de baixa impedância (semelhante à do secundário do transformador T1).

O sinal amplificado será tirado de J3 ou J2.

Gira-se, então, R1 até que cesse a oscilação, sendo este o ponto de funcionamento do aparelho. R1 passará então a controlar o volume.

 

2) Provador de continuidade:

Ligam-se as duas pontas de prova, uma em P1 e outra em P2.

CH1 — Na posição A.

CH2 --- Na posição B.

CH3 — Desligado.

Pondo-se então as duas pontas em curto, dever-se-á ajustar o potenciômetro R1 de maneira que o aparelho oscile.

Se o circuito a ser testado tiver continuidade, e se sua resistência interna for baixa, ouvir-se-á um som, num falante ligado em J4, ou num fone ligado em J2 ou J3.

 

Nota: O circuito a ser testado, deverá estar com sua alimentação desligada.

 

3) Provador de transistores (p-n-p):

CH1 — Na posição A.

CH2 — Na posição B.

CH3 — Desligado.

Liga-se o transistor sob prova nas garras jacaré que correspondam aos seus terminais.

 


 

 

 

Girando-se R1, dever-se-á ouvir o som do oscilador num fone ligado em J2 ou J3, ou num falante em J4. Se não se ouvir som é porque o transistor está defeituoso.

 

Nota: Antes do teste certifique-se de que o transistor é p-n-p.

 

4) Provador de resistores:

Teremos que fazer a escala para o potenciômetro R1, que aparece na Fig. 3.

 

 


 

 

 

O medidor de resistências funcionará por meio de uma comparação sonora. O valor de uma resistência conhecida será transformado em som, e este som será comparado com o de uma resistência desconhecida.

Ligaremos para isso, em J3 ou em> J2, um fone.

CH1— Inicialmente na posição A.

CH2 — Na posição A.

CH3 — Desligado.

Como se pode ver, pela escala de R1, o alcance do aparelho é de 3-28 k?.

Colocamos então um resistor de valor desconhecido nos jaques P3 e P4. Passando a chave CH1 para a posição B, dever-se-á ouvir um som (se isto não acontecer é porque o resistor está fora do alcance do aparelho; é maior que 28 k? ou menor que 3 k?.

Passa-se depois CH1 para a posição A; gira-se o potenciômetro R1, até que o som ouvido no fone seja o mesmo ouvido anteriormente (tenha o mesmo tom).

O ponto em que isto acontecer, é o valor da resistência desconhecida, que poderá ser lido na escala de R1.

 

5) Oscilador de áudio:

CH1 — Na posição A.

CH2 — Na posição A.

CH3 — Desligado.

O potenciômetro R1 controlará a frequência das oscilações.

No jaque J2 teremos uma saída de alta impedância incorporada ao circuito de C.C. do aparelho.

Em J3 a saída, também, será de alta impedância, mas isolada do circuito de C.C. do aparelho. Esta tem o seu nível de saída controlado por R2.

No jaque J4 a saída é de baixa impedância.

 

6) Metrônomo:

CH1 — Em A.

CH2 — Em A.

CH3 — Ligado.

A frequência será controlada em R1.

 

7) Oscilador telegráfico:

Liga-se um manipulador em J5 ou entre os terminais P1 e P2 do provador de continuidade.

Desliga-se o aparelho, simplesmente passando a chave CH2 para a posição B, e mantendo as garras jacaré isoladas uma da outra. (EP25)

 


 

 

 

 

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