Esta montagem simples, indicada aos leitores menos experientes também é muito interessante pelo que pode ensinar, pelas experiências que podem ser feitas e até mesmo pelo seu uso didático no laboratório de biologia, biônica e em experimentos de ciências. O circuito se baseia na variação da resistência da pele das pessoas quando mentem e também podem ser utilizado para detectar variações elétricas em seres vivos, como plantas e animais.

O funcionamento de um detector de mentiras, ou polígrafo, como o que descrevemos. Não depende somente do aparelho em si, mas da habilidade do operador que deve preparar o interrogado para acreditar na sua eficiência. Com isso as pequenas variações da resistência da pele, que ocorrem quando há uma mudança de estado nervoso, numa mentira, por exemplo, são acusadas pelo instrumento.
O aparelho que descrevemos é bastante simples, muito mais para aplicações recreativas e mesmo experimentos no laboratório de ciências, diferentemente dos polígrafos profissionais que são utilizados pela polícia. Através dele o que teremos serão pequenas oscilações de uma agulha indicadora, quando ocorrerem variações da resistência de alguma coisa que seja ligada entre seus eletrodos.
Alimentado por pilhas, ele é simples de montar e totalmente portátil. Além disso ele utiliza peças que até podem ser aproveitadas de algum equipamento velho, fora de uso.


Como Funciona
O princípio de funcionamento deste aparelho é simples de entender. Segundo se firma, quando uma pessoa mente, mesmo que ela consiga disfarçar isso totalmente pelas feições ou movimentos, parece que existe um aumento de atividade de certas glândulas que ocorrem de modo incontrolável. Por exemplo, as glândulas sudoríparas (que produzem suor) podem ter sua atividade aumentada. Como o suor é condutor de eletricidade, mesmo que a pessoa tente disfarçar, há um pequeno aumento da condutividade elétrica, que o aparelho acusa. Para fazer isso utilizamos um circuito eletrônico bastante simples.
Neste circuito temos dois transistores que amplificam as pequenas variações da corrente que ocorrem quando a resistência da pele muda, obtendo-se então uma corrente mais intensa, capaz de acionar um instrumento indicador, conforme mostra a figura 1.



 Figura 1 – O amplificador de corrente utiliza dois transistores PNP.


  Os eletrodos consistem em duas pontas de prova ou duas chapinhas de metal, em que a pessoa apóia as mãos. Estes eletrodos são ligados à base do primeiro transistor. O emissor do primeiro transistor é ligado à base do segundo, obtendo-se assim uma etapa Darlington de grande ganho. Sua amplificação pode superar as 10 000 vezes. No coletor do segundo transistor será ligado o instrumento capaz de acusar as variações da resistência. No nosso projeto indicamos um VU ou microamperímero de 50 a 200 uA, mas até mesmo um multímetro na escala mais baixa de corrente pode ser utilizado. Para encontrar o ponto ideal de funcionamento do aparelho, conforme a resistência da pele de cada um, existe um ajuste. Este ajuste é feito por um potenciômetro comum (P1), que equilibra a posição da agulha do instrumento, de modo que ela fique no meio da escala.

   A alimentação do circuito vem de duas pilhas comuns e seu consumo de energia é bastante baixo, daí a possibilidade de se eliminar o interruptor geral. Na figura 2 damos uma sugestão de eletrodo que pode ser feito com uma placa de circuito impresso. Esta placa será cortada em dois e cada parte será fixada  em uma base de madeira, na qual o interrogado apoiará as mãos.




   Figura 2 – Montagem do eletrodo.



Montagem
O circuito completo do detector de mentiras assim como a relação do material empregado é dado na figura 3.

 



Figura 3 – Diagrama completo do detector de mentiras.


Existem diversas possibilidades de equivalentes para os transistores, podendo ser utilizados quaisquer tipos PNP de uso geral. A placa de circuito impresso utilizada é mostrada na figura 4.

 



Figura 4 – Placa de circuito impresso com a disposição dos componentes é mostrada nesta figura.


Alguns cuidados devem ser tomados com a colocação e manuseio dos componentes para que o aparelho funcione. Estes cuidados consistem em se observar com atenção as posições dos componentes. No caso dos transistores, observe a posição de sua parte chata. Os resistores têm seus valores dados pelas faixas coloridas. O potenciômetro P1, que fica no painel da caixa é ligado à placa através de 3 pedaços de fios de 10 a 15 cm de comprimento. Para a ligação dos eletrodos ou pontas de prova, use dois pedaços de fios de 30 cm de comprimento. O instrumento M1 será fixado no painel da caixa. Ligue-o ao circuito com dois pelos de fio de uns 10 a 15 cm. Nesta montagem não será preciso observar sua polaridade. A ligação do suporte de pilhas deve ser feita com atenção. Cuidado para não inverter a polaridade. Terminada a montagem, confira tudo e depois instale o aparelho definitivamente em uma caixa. A próxima etapa da montagem consiste em se fazer o teste de funcionamento.



Teste de Funcionamento

Coloque as pilhas no suporte atentando para sua posição. As pilhas devem ser novas. Em seguida, apóie as mãos nos eletrodos ou segure as pontas de prova, conforme mostra a figura 5. Ajuste o potenciômetro P1 para que a agulha fique aproximadamente no meio da escala do instrumento indicador.



Figura 5 – Testando o aparelho.


Uso
Para usar o detector, basta fazer o interrogado segurar os eletrodos ou apoiar os dedos. Depois ajuste o potenciômetro para que o ponteiro fique imóvel na posição central da escala. O interrogado deve ficar firme para que a agulha não mexa. Você deve fazer com que ele se esforce para manter a agulha no meio da escala. Depois é só fazer as perguntas e observar qualquer movimento anormal da agulha.



Possíveis Falhas
São as seguintes as possíveis causas de falhas de funcionamento
a)Posições dos transistores erradas ou suas ligações.
b)Ligação do suporte de pilhas invertidas ou contactos sujos
c)Conexão dos eletrodos
d)Ligação de P1 errada.
e)Ligações erradas dos demais componentes ou soldas frias.



Lista de Material

T1, T2 – BC557 ou equivalentes – transistores PNP
M1 – Microamperímetro ou VU-meter de 50 a 200 uA
PP – eletrodos (ver texto)
P1 – 10 k ohms – potenciômetro simples lin ou log.
B1 - 3 V – 2 pilhas AA
R1 – 100 k ohms x 1/8 W – resistor – marrom, preto, amarelo
R2 – 3,3 k ohms x 1/8 W – resistor – laranja, laranja, vermelho
R3, R4 – 1 k ohms x 1/8 W – resistores – marrom, preto, vermelho

Diversos:
Placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, botão para o potenciômetro, fios, solda, etc.

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