Alimente um relógio digital com uma Fonte Alternativa de Energia e faça sucesso com um incrível objeto de decoração que fornece também a hora certa! O que propomos neste artigo é um relógio digital que funciona com uma fonte de energia “esquisita” tal como uma laranja, um vaso de flores ou um copo de água com sal.

Uma preocupação dos cientistas atualmente é a descoberta de novas fontes de energia que venham substituir aquelas que se encontram em vias de esgotamento como o petróleo, ou que tenham limitações em vista do crescimento das necessidades humanas, como a energia hidroelétrica.

Fontes alternativas dos mais diversos tipos têm então sido propostas com maior ou menor grau de sucesso, dependendo da eficiência, custo e complexidade.

O que propomos neste artigo realmente é alguma coisa relacionada com fonte alternativa de energia, mas muito mais de interesse teórico e didático do que realmente prático, se bem que funcione perfeitamente com dispositivos de baixo consumo.

De fato, se associarmos uma fonte experimental de pequena potência, mesmo que isso não seja prático, a um dispositivo de baixo consumo, não teremos problemas de funcionamento.

O que propomos é exatamente isso: associar uma fonte alternativa experimental a um módulo de relógio digital de cristal líquido (figura 1) e com isso obter um curioso indicador de horas que é ao mesmo tempo um objeto de decoração.

 

Figura 1 – Pequeno módulo de relógio digital
Figura 1 – Pequeno módulo de relógio digital

 

A fonte proposta pode ser de diversas naturezas:

- Laranjas, limões ou outras frutas cítricas

- Terra úmida

- Água e sal ou água e ácido

- Batatas

Como obter energia elétrica de tais fontes é o que veremos a seguir.

 

COMO FUNCIONA

Dois metais de naturezas diferentes que estejam imersos num meio condutor formam uma pilha, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2 – Uma célula elementar
Figura 2 – Uma célula elementar

 

Uma reação química ocorre, atacando um dos metais e entre eles aparece uma diferença de potencial (ddp) que pode ser usada para alimentar um dispositivo externo.

Num meio como a água e sal, e usando metais como o alumínio e o cobre podemos ter uma tensão entre 0,6 e 0,8 volts.

Associando dois pares de elementos conforme mostra a figura 3, podemos obter o dobro desta tensão, ou seja, aproximada- mente de 1,4 a 1,6 V o que equivale a uma pilha comum.

 

Figura 3 – Ligando duas células em série
Figura 3 – Ligando duas células em série

 

É claro que a capacidade total de fornecimento de energia de uma pilha não se mede somente em termos de tensão (volts), mas também em termos de corrente (ampères), e no caso de célula de água e sal, a capacidade é muito pequena (a resistência interna é grande).

Isso significa que temos 1,5 V numa pilha comum, ou numa pilha de água e sal, mas com uma pilha comum temos corrente para alimentar uma lâmpada, e com a outra não.

Assim, com uma pilha experimental de cobre, alumínio e água e sal só podemos alimentar aparelhos que tenham consumo de corrente muito baixo.

Um dispositivo de consumo muito baixo e que pode ser obtido com certa facilidade é o módulo de relógio digital de cristal líquido.

Podemos então substituir a pilha tipo botão que o alimenta por uma bateria experimental e com isso obter um relógio com fonte alternativa.

 

MONTAGEM

É claro que o meio condutor entre os metais pode ter diversas naturezas. Isso nos leva a sugerir algumas soluções curiosas.

Damos então como versão a que faz uso de uma laranja (ou limão). O leitor poderá, entretanto, também usar copinhos de água com sal, vasos de plantas com a terra sempre bem úmida, ou mesmo batatas.

Na figura 4 temos a construção dos eletrodos que devem estar em contato com o meio condutor.

 

Figura 4 – Construção dos eletrodos
Figura 4 – Construção dos eletrodos

 

O eletrodo de cobre pode ser um pedacinho de placa de circuito impresso virgem ou um pedaço de fío de cobre grosso. O eletrodo de alumínio pode ser uma tampa de caixinha metálica usada em montagens ou feito com papel alumínio

Na figura 5 temos a maneira de se fazer a ligação no módulo.

 

   Figura 5 – Ligação do módulo
Figura 5 – Ligação do módulo

 

Observe que a pilha encosta em dois pontos internos, na conexão positiva o que exige a interligação adicional com o fio 1.

Nas figuras 6 e 7 temos a construção de um objeto de decoração em que a fonte de energia que alimenta o rádio são laranjas,copinhos de água com sal e também vasos de plantas.

 

Figura 6 – Primeira sugestão de montagem
Figura 6 – Primeira sugestão de montagem

 

 

Figura 7 – Outras sugestões de montagem
Figura 7 – Outras sugestões de montagem

 

Se bem que, em vista do consumo baixo de energia do módulo, a duração da pilha experimental seja muito grande, periodicamente ela deve ter seus eletrodos limpos e no caso da água com sal a solução trocada.

Nas ligações é muito importante observar a polaridade dos fios, pois se houver inversão o relógio não funcionará.

Não recomendamos a soldagem direta dos fios no módulo do.relógio, devendo os mesmos serem presos de outra forma (a não ser que o leitor seja muito experiente em solda).

Já nos eletrodos é importante garantir uma boa fixação para os fios. Como no alumínio a solda não “pega" sugerimos a utilização de um parafuso para fixação.

 

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