Muitas invenções modernas foram visualizadas em tempos antigos aparecendo em livros e filmes. Algumas se tornaram extremamente relevantes por inspirarem os criadores do futuro como também por mostrarem uma enorme sensibilidade dos seus criadores. Neste artigo falamos de algumas das criações da ficção que até hoje nos inspiram.

Nota: Este artigo faz parte do meu livro “Viagem pelo Mundo da Tecnologia” onde, além de destacarmos as grandes invenções e suas influências em nossos dias, comentamos as invenções atuais e o estado da tecnologia que usamos e o que pode vir no futuro.

 

Flash Gordon e Outros

O cinema que também é uma inovação tecnológica importante nesta primeira metade do século XX, criado em 1895, usou não os recursos da eletrônica em seus equipamentos, como também nos enredos de muitos filmes.

Nos filmes de ficção científica em especial, as possibilidades futuras da tecnologia foram muito exploradas, se bem que nem sempre sendo felizes nas soluções adotadas, mas em alguns casos mostrando uma grande sensibilidade por parte de seus autores.

Uma série que ficou famosa foi a de Flash Gordon, aparecida em 1934 na forma de tiras num jornal para competir com outra série, a de Buck Rogers, ambos explorando aventuras no espaço com uma tecnologia além da época.

 

Figura 1 - Flash Gordon em Conquistadores de Universo de 1940
Figura 1 - Flash Gordon em Conquistadores de Universo de 1940

 

A tecnologia já dava ares de futuro, mostrando coisas que hoje são comuns, mas que deixavam admiradas as pessoas da época.

As cenas em que os tripulantes da nave se aproximavam de uma porta e com um gesto das mãos a faziam abrir, despertava tanto a admiração como comentários pessimistas de muitos.

“Isso nunca será possível!”

Hoje não precisamos fazer gestos para abrir as portas. As portas de mercados, aeroportos e shoppings percebem nossa presença e abrem sozinhas, sensoriando o calor de nosso curto e futuramente reconhecendo nossa face para saber se podem ou não nos deixar passar.

Outros filmes exploraram as possíveis intervenções da tecnologia, alguns de forma ruim e outros de formas boas.

Do lado ruim temos o “Frankstein” baseado num livro de 1816/17e que se tornou filme em 1910 (filme mudo) e depois em 1931, quando se abusou dos efeitos de faíscas de alta tensão e outras usando a tecnologia da época.

Nesta, podemos notar que, mesmo sendo separada das pessoas, a tecnologia ainda fazia ver que sua aproximação com o ser vivo poderia ser uma realidade a ser explorada.

E, de fato, ao chegarmos no presente e futuro, veremos que algumas ideias exploradas no filme não estão muito longe da realidade. Poderemos no futuro, não muito distante, ter os “transumanos” e os “androides”, fruto de uma mistura de ser vivo e tecnologia, talvez controladas externamente (sabe-se lá por quem e como).

Pode ser assustador, mas é a realidade. Mais adiante veremos que isso já está ocorrendo. (Não chegamos a ponto de dizer que existem alguns Franksteins entre nós... Mas é algo que deve ser pensado!).

 

Figura 2 - Cena de “O casamento de Frankstein” de 1940
Figura 2 - Cena de “O casamento de Frankstein” de 1940

 

Muitas outras obras de ficção exploraram nesta época a tecnologia, utilizando em seus enredos “máquinas do tempos”, “máquinas de invisibilidade”, e outras coisas que mesmo hoje ainda não foram totalmente descobertas.

Outro personagem da época que fazia uso da tecnologia era Dick Tracy, um detetive que atuava na violenta Chicago, e que tinha um radio comunicador em seu relógio.

 

Figura 3 - Dick Tracy e seu telefone de pulso
Figura 3 - Dick Tracy e seu telefone de pulso

 

Considerando que na época não havia transistores e nem circuitos integrados, somente válvulas que exigiam grandes baterias, era algo que estava ao alcance apenas da imaginação. Mas o personagem fez sucesso e se imortalizou num filme realizado posteriormente.

Para nós o telefone pode ir além do pulso. Temos os celulares que são dispositivos multifunção, mostrando uma convergência que não era sonhada pelas pessoas desse tempo.

E é claro, não podemos esquecer de autores mais antigos como H,G. Wells com sua pílula da invisibilidade e Julio Verne com seus submarino com propulsão atômica em “20 000 léguas submarinas” e a viagem a Luz.

Autores modernos como Ray Bradybury, Isaac Asimov e Arthur Clarke que mesmo escrevendo num século em que a tecnologia já estava avançada, nos levam a inúmeras possibilidades que certamente farão parte de nosso futuro.