Atualmente é comum que as grandes empresas, principalmente as multinacionais, apresentem seus produtos em “meetings” (encontros), onde palestrantes falam das diversas tecnologias e produtos disponíveis. O grande problema que o profissional comum, não muito acostumado a entender o inglês fluente desses palestrantes, é justamente acompanhar essas palestras. A seguir, algumas dicas importantes para quem fala e para quem ouve os palestrantes nesses encontros.
A maioria das apresentações de novos produtos e tecnologias para os quais os profissionais da eletrônica brasileiros são convidados é feita por engenheiros e outros especialistas cuja língua original é o inglês.
O resultado é que muitas vezes, o profissional brasileiro, não acostumado a um inglês fluente e rápido tem sérias dificuldades em acompanhar tais encontros.
Não é preciso dizer que o entendimento perfeito da apresentação é fundamental para que ela tenha sucesso.
Assim, justifica-se a preocupação tanto de quem faz a palestra ou apresentação, ser entendido, como do profissional que é enviado pela sua empresa para entender, pois ele será cobrado posteriormente.
As grandes empresas, que estão acostumadas a fazer Meetings internacionais, sabem disso, e dão um tratamento diferenciado quando o evento é num país em que a língua nativa não é o inglês.
Expressões Idiomáticas – O primeiro obstáculo
O primeiro problema que os assistentes encontram ao assistir um evento em que a apresentação é feita em inglês está no uso, nem sempre medido, das expressões idiomáticas.
O que ocorre, é que a não ser que o assistente tenha vivido por algum tempo num país de língua inglesa ele não estará acostumado com essas expressões.
As expressões idiomáticas são raramente usadas em artigos técnicos de revistas e mesmo em documentação técnica.
Os próprios revisores das publicações técnicas tiram essas expressões quando elas, inadvertidamente, são incluídas num artigo.
O entendimento dessas expressões, que não podem ser traduzidas ao pé da letra, é muito difícil para os que têm pouca fluência no inglês.
A maioria delas consiste em provérbios ou clichês. Em alguns casos, dependendo do seu idioma nativo, o ouvinte pode perceber o sentido da expressão, mas precisa de algum tempo para pensar nisso, tempo que ele não pode perder numa apresentação dinâmica em que o aspecto técnico é mais importante.
No entanto, existem algumas expressões, que nem mesmo pensando, o ouvinte de um encontro que não esteja familiarizado, pode descobrir seu significado.
Damos alguns exemplos, retirados de documentação sobre o assunto encontrada na Internet:
“Our boss has a lot of pull” - A tradução seria ao pé da letra: “Nosso chefe tem um bocado de empuxo”, mas realmente o significado é: “Nosso chefe tem muita força dentro da empresa”.
“He kept beating around the bush” – Traduzindo ao pé da letra: “ele ficou batendo em torno do arbusto”- O significado entretanto, pode melhor ser dado por “ele demorou em ir diretamente ao assunto”.
“That suited us to a T”- Essa expressão significa simplesmente que “ele foi aceitável para nós”
“It was a piece of cake” (foi um pedaço de bolo) – referindo-se a alguma que “foi muito fácil”.
“The report was on the level” – Indicando que o assunto tratado foi honesto ou verdadeiro.
“I put my foot down” – Essa expressão que traduzida seria “eu abaixo meus pé” justamente indica firmeza e a tradução seria: “eu insisto!”.
“We were left holding the bag” (deixamos de manusear o pacote) – referindo-se ao fato de que “deixamos de ser responsáveis por alguma coisa que outro começou”.
Pelo que o leitor pode perceber, algumas dessas expressões, se ditas num encontro técnico podem dificultar muito quem não esteja familiarizado com o inglês.
Por esse motivo, nos encontros técnicos em países que não sejam de língua inglesa, a maioria dos palestrantes é instruído no sentido de não usá-las.
Mas, além disso, outras instruções fazem de um bom encontro técnico, proveitoso mesmo para os que não sejam muito experientes.
Algumas dessas indicações são dadas a seguir:
1.Falar mais devagar do que o normal
2.Falar um pouco mais alto que o normal
3.Ter cuidado com a dicção, fazendo com que cada sílaba das palavras possam ser bem entendidas
4.Se a palestra for longa, começar bem devagar para que a assistência se acostume com sua maneira de falar.
5.Evitar contrações como: I’d , didn’t, etc.
6.Usar vocabulário simples, com palavras que sejam familiares
7.Incluir frases-chave escritas para ilustrar a palestra
8.Evitar expressões idiomáticas
Evidentemente, se o palestrante ou o demonstrador seguir essas instruções, o leitor que vai ao encontro terá eliminado 50% dos problemas de entendimento.
Os outros 50% dependem apenas se sua capacidade de se concentrar, prestando atenção, no sentido de entender bem a apresentação.