Muitos de nossos leitores gostam de reparar seus próprios aparelhos eletrônicos ou ainda desejam se tornar técnicos, abrindo uma pequena oficina. Para estes, saber usar o injetor de sinais é muito importante, pois ele consiste numa poderosa ferramenta para localizar problemas em circuitos de áudio e RF. Veja neste artigo algumas dicas sobre seu uso.
A utilização do injetor de sinais na reparação se baseia num princípio simples de entender.
Se injetarmos um sinal num circuito que trabalhe amplificando sinais como um rádio, um amplificador, etc., o sinal do injetor deve ser amplificado e aparecer no alto-falante ou fone na saída.
Assim, se tivermos um circuito amplificador, como o mostrado na figura 1, em que temos diversa etapas de amp0lificação, podemos fazer o diagnóstico de um problema, injetando os sinais em diversos pontos apropriados.
Neste circuito, o sinal fraco de entrada, vai aumentando sua intensidade à medida que passar pelas diversas etapas, até aparecer totalmente amplificado na saída, de onde é aplicado ao alto-falante.
Da mesma forma, se tivermos um amplificador com circuitos integrados, como mostrado na figura 2, o sinal recebe uma primeira amplificação no pré-amplificador, para depois receber a amplificação final e ser aplicado ao alto-falante.
Existem ainda outros circuitos que operam com sinais de áudio ou RF e que não possuem alto-falantes na saída, mas que podem ser verificados com o injetor de sinais.
Um deles é mostrado na figura 3, consistindo num relé que é acionado por um sinal de áudio.
Aplicando o sinal do injetor nos pontos indicados na figura, o circuito deve operar com o acionamento do relé.
O mesmo vale para receptores de rádio, onde temos etapas de amplificação de RF modulada, tipo de sinal que a maioria dos injetores gera.
Os sinais de um Injetor
Um sinal cuja forma de onda não seja senoidal, ou seja, um sinal “complexo” como o mostrado na figura 4, pode ser decomposto num sinal fundamental e diversas harmônicas senoidais.
Os injetores de sinais mais comuns são do tipo multivibrador que gera um sinal retangular que também pode ser decomposto num sinal fundamental e harmônicas que se estendem até a faixa das altas frequências, conforme mostra a figura 5.
Um injetor comum, que pode ser montado pelo leitor é o mostrado na figura 6 que consiste num multivibrador com dois transistores.
Este injetor pode ser alimentado por uma ou duas pilhas AA ou AAA fornecendo sinais que podem ser usados na maioria das provas de circuitos.
A frequência é basicamente determinada pelos capacitores.
Na figura 7 temos uma sugestão de placa de circuito impresso para sua montagem.
Como se trata de montagem simples e não crítica, a montagem também pode ser feita numa ponte de terminais, conforme mostra a figura 8.
Na montagem, observe a posição dos transistores.
Os resistores são de 1/8 W com qualquer tolerância.
Outro circuito de injetor é mostrado na figura 9, utilizando um circuito integrado 555.
Este circuito é alimentado com 4 pilhas sendo, portanto, maior que o anterior e fornecendo um sinal de maior intensidade.
Além disso, ele o possui um controle de frequência, o que pode ser interessante para a prova de alguns tipos de circuitos de áudio.
A placa de circuito impresso para a montagem deste injetor é mostrada na figura 10.
Na montagem, observe a posição do circuito integrado e a polaridade das pilhas.
Como Usar o Injetor
No uso do injetor aplicamos os sinais nas entradas e saída de cada etapa indo da etapa de saída em direção à etapa de entrada, conforme mostra a figura 11.
Nela temos os pontos de injeção dos sinais num amplificador de áudio típico de quatro transistores.
Os sinais devem ir ficando mais fortes no alto-falante à medida que nos aproximamos da entrada.
No ponto em que o sinal desaparecer ou passar a apresentar distorção forte, temos a indicação de que se trata da etapa com problemas que então deve ser analisada com o uso de outros recursos.
Devemos então usar o multímetro para medir tensões e testar componentes.
O leitor poderá aprender muito mais em nossos livros ”Como Testar Componentes” e “Conserte Tudo”.
Na figura 12 mostramos que existem outras configurações para as etapas com transistores para as quais o leitor deve estar atento.
No primeiro caso, temos uma configuração de emissor comum em que o sinal entra pela base e sai pelo coletor.
No segundo caso temos uma configuração de coletor comum em que o sinal entra pela base e sai pelo emissor.
Um terceiro caso é o mostrado na figura 13 em que temos uma configuração de base comum.
Nela, o sinal entra pelo emissor e sai pelo coletor.
Para os circuitos integrados, precisaremos estar atentos na identificação dois terminais pelos quais os sinais entram e pelos quais os sinais saem, conforme mostra a figura 14.
Encontrando problemas numa etapa, passamos a análise de componentes individuais como:
- Fugas ou curtos em capacitores
- Resistores abertos ou alterados
- Transistores com problemas
- Diodos com problemas
- Transformadores abertos ou em curto