Os transistores unijunção (TUJ ou UJT) ainda são encontrados em algumas aplicações eletrônicas, se bem que existam componentes mais modernos que os substituam. No entanto, diante de um circuito que use este componente, o leitor deve estar preparado parafazer seu teste. Neste artigo, ensinamos como fazer isso. Este artigo é uma amostra do que o leitor vai encontrar na serie de livros Como Testar Componentes em 4 volumes do mesmo autor. Nela, os procedimentos para teste da maioria dos componentes eletrônicos são ensinados.

 

O que são os Transistores Unijunção

Os transistores unijunção (TUJ) ou Unijunction Transistors (UJT) são dispositivos semicondutores cujo símbolo e estrutura são mostrados na figura 1.

 


 

Estes componentes possuem uma característica de resistência negativa que os torna ideal para operação em osciladores de relaxação, com a configuração básica mostrada na figura 2.

 


 

Os transistores unijunção quase não mais são encontrados em aplicações práticas, mas pode ocorrer que o leitor precise saber se um deles está bom, ou ainda verificar suas características.

 

O que testar

O teste mais simples pode ser feito com a medida das resistências entre os terminais, tanto usando o provador de continuidade como o multímetro. No entanto, podem ser realizados testes mais completos que envolvem a utilização de circuitos de prova e até mesmo o osciloscópio. Veremos nesse item como testar ou analisar esse tipo de componente.

 

Instrumentos Usados

* Provador de Continuidade

* Multimetro

* Circuito de prova

* Circuito de prova e osciloscópio

 

Procedimento

a. Prova com o Provador de Continuidade e Multímetro

Com o procedimento descrito, podemos determinar o estado de um transistor uinijunção, tomando o tipo mais comum que é o 2N2646 como referência.

 

Procedimento

Teste do estado do substrato:

a) Coloque o multímetro numa escala intermediária de resistências (? x10 ou ? x 100) e zere-o. Se usar o provador de continuidade, prepare-o para uso. Para os multímetros digitais, use a escala de 2 000 ? ou 20 000 ?.

b) Meça a resistência entre as bases (B1 e B2), não importando a polaridade, pois em qualquer sentido ela será a mesma (resistência ohmica).

 

A figura 3 mostra como realizar esse teste.

 


 

 

Interpretação das Provas

As resistências ohmicas entre as bases de um transistor unijunção variam tipicamente entre 4 k e 10 k?. Se essa for a resistência medida, provavelmente o transistor está bom. Continue com os testes.

Se a resistência medida for infinita ou muito alta, então o transistor estará aberto.

Para o transistor 2N2646 que é um dos mais populares da série, a resistência entre bases está tipiamente entre 4,7 k e 9,1 k?.

 

Teste da Junção Única

a) Coloque o multímetro numa escala intermediária de resistências (x10 ou x100) e sere-o se for do tipo analógico. Para os tipos digitais, use a escala de 200 ou 2000 ?. Se usar o provador de continuidade, prepare-o para a prova.

b) Meça a resistência no sentido direto e depois no sentido inverso entre o emissor e a base B1 e também B2.

 

A figura 4 mostra como realizar essa prova

 


 

Interpretação

Quando a junção Emissor/Substrato (qualquer base) está polarizada no sentido inverso deve ser lida uma resistência muito alta (infinita) e quando polarizada no sentido direto um resistência baixa, da ordem de 50 k ? com o 2N2646 e com multímetros comuns.

Se a resistência encontrada nas duas provas for muito alta, o transistor se encontra aberto, e nas duas provas encontrarmos valores baixos, então o transistor se encontra em curto.

 

Relação Intrínseca

A relação intrínseca (?) de um transistor unijunção define a relação entre as tensões de base B1 e B2 em que ocorre o disparo. Assim, se a diferença de tensões entre B1 e B2 for de 6 V e a relação intrínseca de 0,4, o disparo ocorre quando a tensão de emissor for 2,4 V (0,4 x 6) mais 0,6 da queda de tensão na junção, maior que a tensão em B1, conforme mostra a figura 5.

 


 

Testes com um circuito oscilador ligado a um osciloscópio podem ser usados para determinar a relação intrínseca de um transistor unijunção.

 

b. Prova com circuito de teste

Simples circuitos de teste podem ser implementados com poucos componentes numa matriz de contactos ou mesmo "pendurados" numa ponte de terminais. Na figura 6 temos dois exemplos de circuitos de testes para transistores unijunção.

 


 

No primeiro (a) o capacitor faz com que o transistor oscile numa freqüência da faixa de áudio excitando um pequeno alto-falante. Se o transistor estiver bom deve ser ouvido um tom de áudio.

Observe que um transdutor de alta impedância pode ser ligado em paralelo com o capacitor, substituindo-se o alto-falante por um resistor de 22 a 47 ?.

No segundo (b) a freqüência é bem mais baixa, fazendo piscar um LED se o transistor unijunção estiver bom.


c. Prova com o osciloscópio

O circuito anterior (a), sem o alto-falante pode ser usado para testar o transistor unijunção, observando-se os sinais gerados num osciloscópio, conforme mostra a figura 7.

 


 

No emissor do transistor temos uma forma de onda dente de serra enquanto que nas bases temos pulsos positivos e negativos.