Coincidentemente há alguns dias apenas sugerimos que a possibilidade de se modular a luz das lâmpadas de LEDs poderia abrir caminha para a utilização desses dispositivos como emissores de links de dados dentro de ambientes por elas iluminados.
Na ocasião sugeri que isso daria um excelente trabalho para um TCC ou mesmo para a criação de um novo produto.
Pois bem, não passou muito tempo, e hoje tudo é muito rápido em termos de avanços da tecnologia, para que uma empresa inglesa, a pureVLC (http://purevlc.co.uk/li-fire/) anunciasse uma solução interessante para as comunicações ópticas.
Neste artigo tratamos a Li-Fi (equivalente a Wi-Fi para a luz) mostrando que é possível usar a luz em links de dados.
Em meados de outubro a pureVLC, empresa do Reino Unido que opera no ramo de telecomunicações ópticas na faixa visível do espectro anunciou um sistema de comunicações através da luz que não exige que o receptor esteja na mesma linha de incidência da luz do transmissor.
Em outras palavras, a empresa mostrou que é possível realizar uma conexão óptica sem que uma estação “veja”a outra.
O que ocorre é que na reflexão da luz temos o fenômeno da interferência entre os raios de luz afetando a integridade da informação transmitida.
O mesmo problema ocorre nas fibras óptica, quando um raio de luz sobre reflexões múltiplas que interferem umas nas outras afetando o sinal, conforme mostra a figura 1. (Veja mais no artigo TEL015 – Propriedades e aplicações das fibras ópticas).
Numa fibra óptica a interferência pode ocorrer com a radiação que se propaga em diversas trajetórias, dado que a fonte de emissão normalmente não consiste num ponto único, mas tenha certa extensão.
Pode ocorrer então que, justamente no ponto de "captação" (um sensor) da radiação tenhamos uma franja de interferência destrutiva ou um ponto "escuro" com menor intensidade de sinal.
É o que ocorre no exemplo da figura 1 em que temos duas trajetórias diferentes para a luz de uma mesma fonte, através de uma fibra óptica, chegando ao final justamente em oposição de fase e com isso causando um fenômeno de interferência destrutiva.
O sistema desenvolvido pela pureVLF consiste pode realizar comunicações bidirecionais Li-Fi em parceria com a Universidade de Edinburg como parte do projeto denominado Ultra-Parallel Visible- Light Communications sob a direção do Prof. Harald Hass.
Segundo os engenheiros, a dificuldade de se trabalhar com a luz refletida é que impediu o desenvolvimento de uma solução prática na conexão entre transmissor e receptor.
No entanto os engenheiros da pureVLC mostraram que para uma conexão Li-Fi pode-se usar a luz direta e incluir a luz refletida.
Dentre as aplicações possíveis seriam os links de áudio (fones sem fio) em aeronaves, ônibus, metrô, saguões de aeroportos, praças e muito mais, onde a música ambiente e avisos poderiam fazer parte dos programas.
Conforme sugerimos em artigo, as próprias lâmpadas de LED poderiam ser usadas como emissores, com o sinal superposto à luz emitida para iluminação.