Localidades com recepção fraca dos sinais de FM e VHF necessitam de recursos especiais para uma boa qualidade de som ou mesmo de imagem. O que propomos neste artigo é uma antena de FM amplificada que também opera na faixa de VHF e que pode ser de utilidade para muitos leitores de regiões afastadas ou que pretendem tentar um DX nesta parte do espectro.

Descrevemos neste artigo um amplificador para ser instalado junto a antena interna e que proporciona excelente ganho com alimentação de 9 a 12 Volts.

São usados dois transistores e o sistema é acoplado a uma antena do tipo 'interna de duas varetas telescópicas, o que possibilita além do acesso aos controles do amplificador também um ajuste para a posição de maior rendimento.

Devemos observar que esta antena amplifica os sinais que cheguem até ela e que estes sinais devem ter um nível um pouco maior que o ruído ambiente.

Se o sinal não chega, a antena evidentemente não pode fazer milagre e captá-lo. Da mesma forma, se o sinal tem intensidade menor que o ruído, o ruído também será amplificado e continuará cobrindo este sinal, com um aumento do chiado e a não recepção da estação.

 

CARACTERÍSTICAS

Tensão de alimentação: 9 a 12 volts

Número de transistores: 2

Faixa de operação: 50 a 150 MHz

 

COMO FUNCIONA

Os sinais de entrada, captados pela antena são levados ao transformador de alta freqüência formado por L1 e L2.

Os diodos em oposição servem como proteção contra sinais muito fortes, de emissoras próximas que poderiam saturar o circuito.

L1 e L2 casam a impedância da antena com a impedância do circuito amplificador formado por Q1 e Q2.

CV1 ajusta a freqüência do circuito de acordo com a estação recebida enquanto CV2 ajusta a impedância do secundário em função desta freqüência de modo a casá-la com o circuito amplificador.

Q1 e Q2 formam um "cascode" que tem um bom ganho na amplificação de RF, minimizando os efeitos das capacitâncias dos transistores que afetariam o funcionamento de um amplificador em outras configurações.

O sinal amplificado aparece no coletor de Q2 e é levado ao receptor.

L2 oferece uma oposição a passagem deste sinal, mas não à alimentação do aparelho.

Veja que pelo tipo de alimentação empregado, a fonte pode tanto ficar junto da antena como junto ao receptor, o que significa a possibilidade de se usar o circuito com antenas algo afastadas.

Assim, podemos posicionar melhor a antena a alguns metros do receptor e ajustá-la para maior rendimento.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo da antena amplificada, exceto pela fonte de alimentação.

 

Figura 1 – Diagrama do amplificador de antena
Figura 1 – Diagrama do amplificador de antena

 

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem

 

L1 é formada por 3 espiras de fio 20 a 28 com diâmetro de 1 cm sem núcleo enquanto que L2 é enlaçada em L1 consistindo em 1 ou 2 espiras.

XRF é um choque de 1 µH ou 2 µH e os resistores são todos de 1/8 ou 1/4 W. Os capacitores devem ser cerâmicos; os variáveis são comuns para FM, não sendo muito crítica a sua capacitância máxima.

P1 é um trimpot, já que ele será ajustado de uma vez só.

Na figura 3 temos uma sugestão de fonte de alimentação para este projeto.

 

Figura 3 – Fonte para o projeto
Figura 3 – Fonte para o projeto

 

O transformador tem enrolamento primário de acordo com a rede local e secundário de 6 + 6 ou 9 + 9 V com 100 mA ou mais. Os eletrolíticos são para 12 ou 16 V e os diodos 1N4002 ou equivalentes.

O capacitor de 100 nF é cerâmico. Um LED indicador é opcional, servindo para indicar que a fonte e, portanto, a antena estão ligadas.

Os diodos 1N4148 são opcionais e podem inclusive ser substituídos por equivalentes. XRF também pode ser montado, enrolando-se 10 espiras de fio 32 num bastãozinho de ferrite de diâmetro 0,5 cm e comprimento 1,5 cm.

 

PROVA E USO

Para provar devemos ligar a antena conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Modo de provar e usar
Figura 4 – Modo de provar e usar

 

O primeiro passo será ajustar a tensão em A para um valor entre 7 e 7.5 volts usando para esta finalidade o multímetro e atuando-se sobre P1.

Depois, sintonizando uma estação no receptor e ajustamos tanto CV1 como CV2 para a melhor posição.

O comprimento e das varetas também devem ser alterados para obter a melhor recepção.

Comprovado o funcionamento é só fechar o aparelho numa caixinha ou na própria base da antena e usá-lo.

Sempre que mudar de estação, ajuste novamente a sintonia de CV1 e CV2.

 

LISTA DE MATETRIAL

Q1 - BF198 ou equivalente - transistor de RF

Q2 - BFY9O ou equivalente - transistor de RF

D1 e D2 - 1N4148 ou equivalente diodos de uso geral

XRF -1 µH - ver texto

L1 e L2 - bobinas - ver texto

P1 - 4,7 k Ω - trimpot - ver texto

CV1 e CV2 - 2-120 pF ~ capacitores variáveis

C1 e C6 - 10 nF – capacitores cerâmicos

C2, C3, C4 e C5 - 1 nF – capacitores cerâmicos

C7 - 100 nF - capacitor cerâmico

R1, R2 e R3-10 k x 1/8 W - resistores (marrom, preto, laranja)

R4 - 220 Ω x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, marrom)

R5 - 560 Ω x 1/8 W - resistor (verde, azul, marrom)

 

Diversos: fonte de alimentação, placa de circuito impresso, conectores de antena, antena telescópica (dipolo), fios, solda, etc.