Um efeito de som bastante solicitado é a reverberação, ou prolongamento do som, que dá o efeito de “som de catedral”. O circuito que descrevemos, simula este efeito com bons resultados, de uma forma simples que utiliza apenas transistores.

Descrevemos um circuito simples que, fazendo uso de oscilador de duplo T, acrescenta ao som de um microfone ou outra fonte de sinal, um prolongamento que caracteriza a reverberação.

Diferentemente do eco que é a repetição do som, a reverberação tem um tempo de reflexão menor e com isso faz com que o som se prolongue.

O resultado é um som semelhante ao de uma catedral ou quando falamos dentro de um latão.

Uma maneira simples de se obter este efeito é com uma unidade de mola como a mostrada na figura 1, e que descrevemos a montagem em outro artigo deste site.

 

Figura 1 – Unidade mecânica de reverberação
Figura 1 – Unidade mecânica de reverberação

 

Nos equipamentos modernos, este efeito pode ser obtido através de circuitos integrados especiais como o TDA1022 e mesmo DSPs, conforme mostra a figura 2.

 

  Figura 2 – Circuito integrado para reverberação
Figura 2 – Circuito integrado para reverberação

 

No nosso caso utilizaremos uma tecnologia diferente.

Usamos circuitos osciladores de duplo T, como o mostrado na figura 3, que ao ser excitado dependendo de seu ajuste produz uma oscilação amortecida.

 

   Figura 3 – Oscilador de duplo T
Figura 3 – Oscilador de duplo T

 

Se excitarmos este circuito com uma componente de áudio ele oscila, e sua intensidade vai gradualmente, conforme mostra a figura 4.

 

   Figura 4 – A oscilação amortecida do duplo T
Figura 4 – A oscilação amortecida do duplo T

 

Se este sinal for somado ao sinal de áudio original, teremos a impressão que o som se prolonga, mas devemos fazer isso não apenas com uma, mas com diversas frequências do sinal de áudio.

Assim, juntando vários osciladores, cada um com uma frequência de oscilação, conforme mostra a figura 5, obtemos a cobertura da faixa completa de áudio.

 

   Figura 5 – A sintonia de um oscilador
Figura 5 – A sintonia de um oscilador

 

Temos então uma boa cobertura para a faixa de áudio, conforme mostra a figura 6.

 

   Figura 6 – Cobertura do aparelho
Figura 6 – Cobertura do aparelho

 

Para o nosso projeto, retiramos parte do sinal de áudio de um amplificador, diretamente de sua saída e o aplicamos ao circuito de efeito.

O efeito é obtido e a as[ida é aplicada à entrada de um amplificador auxiliar onde será feita sua reprodução em alto-falante separado.

Na impede, entretanto, que o circuito seja usado com um mixer para reprodução num único amplificador.

 

Montagem

Na figura 7 temos então o diagrama completo do aparelho.

 

   Figura 7 – Diagrama completo do simulador de reverberação
Figura 7 – Diagrama completo do simulador de reverberação

 

A montagem pode ser feita na placa de circuito impresso mostrada na figura 8.

 

   Figura 8 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 8 – Placa de circuito impresso para a montagem

 

 

Na montagem, observe as posições dos transistores e a polaridade dos capacitores eletrolíticos.

Os resistores podem ser de 1/8 W com qualquer tolerância e os capacitores menores de poliéster ou cerâmico.

O transformador de entrada pode ser qualquer que tenha um enrolamento de baixa tensão de 5 a 12 V com corrente de 100 a 500 mA e primário de 110 V.

Este transformador funcionará apenas com casador de impedância e o resistor em sua entrada tem valor que depende do amplificador, conforme a seguinte tabela.

 

Potência do amplificador Valor de R
Ate 1 W -
1 a 5 W 22 Ω x 1 W
5 a 10 W 47 Ω x 1 W
10 a 50 W 100 Ω x 2 W
Acima de 50 W 220 Ω x 2 W

Na figura 9 temos o modo de se fazer a conexão a um sistema de som monofônico.

 

   Figura 9 – Conexão ao equipamento de som
Figura 9 – Conexão ao equipamento de som

 

Na figura 10 temos o modo de se fazer a conexão a um equipamento de som estéreo.

 

   Figura 10 – Conexão a um sistema estéreo
Figura 10 – Conexão a um sistema estéreo

 

 

As conexões ao amplificador auxiliar devem ser blindadas para que não ocorra a captação de roncos.

Se for utilizada fonte de alimentação, ela deve ter excelente filtragem.

 

Montagem

Q1 a Q4 – BC548 – transistores NPN de uso geral

T1 – Transformador – ver texto

S1 – Interruptor simples

B1 – 6 a 12 V – pilhas ou fonte de alimentação

P1 – 1 M Ω – potenciômetro

P2 - 47 k Ω – potenciômetro

P3 a P6 – 100 k Ω - trimpots

C1 – 68 nF - capacitor cerâmico ou poliéster

C2, C3 – 33 nF – capacitores cerâmicos ou poliéster

C4 – 47 nF – capacitor cerâmico ou poliéster

C5, C6 – 22 nF – capacitores cerâmico ou poliéster

C7 – 33 nF – capacitor cerâmico ou poliéster

C8, C9, C10 – 15 nF – capacitores cerâmicos ou poliéster

C11, C12 – 8n2 F – capacitores cerâmicos ou poliéster

C13 – 10 µF x 16 V – capacitor eletrolítico

C14 – 100 µF x 16 V – capacitor eletrolítico

Rx – ver texto

R1 a R8 – 100 k Ω – resistores – marrom, preto, amarelo

R9 a R12 – 5k6 Ω – resistores – verde, azul, vermelho

R13 a R16 – 33 k Ω – resistores – laranja, laranja, laranja

R17 a R20 – 10 k Ω – resistores – marrom, preto, laranja

 

Diversos:

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, fonte de alimentação ou pilhas, fios, solda, etc.

 

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