O circuito integrado 555 é um dos mais versáteis com que todo o projetista de equipamentos eletrônicos pode contar. No entanto, não são todos que sabem explorar todas as possibilidades desse componente. Neste artigo damos três aplicações diferentes para o circuito integrado 555 e que podem ser de grande utilidade para o banco de circuito de dos leitores.

O circuito integrado 555 (timer/oscilador) pode ser usado de diversas formas em circuitos práticos que podem até surpreender os leitores menos habituados a trabalhar com este componente.

Neste artigo damos três configurações diferentes utilizando este integrado:

 

Gerador de Rampa Linear

O circuito apresentado na figura 1 gera uma rampa linear cuja frequência depende do valor de C2 e de R1.

 

Gerador de rampa linear.
Gerador de rampa linear.

 

 A frequência limite para o 555 está em torno de 500 kHz no entanto, para maior linearidade este circuito só deve ser utilizado em frequências bem menores.

Dentre as aplicações possíveis para este circuito estão as bases de tempo para osciloscópio ou mesmo circuitos de aquisição de dados.

Na figura 2 temos a forma de onda obtida neste circuito.

 

Formas de onda do gerador de rampa.
Formas de onda do gerador de rampa.

 

 

Conforme podemos ver, o transistor forma com os componentes de polarização de base uma fonte de corrente constante para a carga do capacitor C2.

Na entrada de Reset pode-se ter um controle externo do instante em que o circuito começa a gerar a rampa o que pode ser de grande utilidade em muitas aplicações. A entrada de disparo (Vin) também é importante para as aplicações que devam ser sincronizadas externamente.

 

Detector de Pulso Ausente

O circuito mostrado na figura 3 é bastante interessante em aplicações de controle e alarmes.

 

Detector de pulso aunsente.
Detector de pulso aunsente.

 

 Este circuito detecta quando falta um ou mais pulsos num tem de pulsos constante que seja aplicado a sua entrada.

A constante de tempo R C deve ser calculada de modo a ser um pouco maior do que a dada pela frequência do sinal de entrada. Desta forma, na ausência de um pulso na entrada, há tempo para o circuito temporizar o pulso e voltar a zero apresentando assim na sua saída uma transição negativa, conforme mostra o gráfico da figura 4.

 

Sinais no detector de pulso ausente.
Sinais no detector de pulso ausente.

 

 Dentre as aplicações deste circuito temos um elo de proteção em que se envia através de um fio um sinal retangular de frequência fixa. Se este elo for interrompido (fio cortado) o detector colocado na outra extremidade do fio acusa a falta dos pulsos e gera um sinal de disparo.

Outra aplicação seria num sistema de monitoração de dados em que a ausência de um pulso de sincronismo para a captura destes dados pode facilmente ser detectada disparando algum sistema de aviso.

Observe que a alimentação com 5 V torna este circuito compatível com tecnologia TTL.

 

Conversor DC/DC

Na figura 5 temos um conversor que gera uma tensão negativa a partir de uma fonte positiva de tensão.

 

Conversor DC/DC.
Conversor DC/DC.

 

 A corrente disponível na saída desta fonte é da ordem de apenas alguns microampères, mas ela pode ser utilizada em circuitos de polarização, o que pode ser importante em determinadas aplicações que envolvam amplificadores operacionais com fonte simétrica operando em regime de muito baixa potência.

O circuito opera como um oscilador cuja frequência depende do capacitor ligado aos pinos 6/2 e tem na saída um triplicador de tensão invertido de modo a gerar tensões negativas.

Observamos que o valor de -12 V gerado é "em aberto", ou seja, sem carga e que o circuito não tem regulagem. Uma regulagem pode ser implementada realimentando-se o circuito com a própria tensão de saída.

O circuito também funciona com outras tensões de entrada, na faixa dos 5 aos 15 V, sem problemas.

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