Ganhe dinheiro instalando som ambiente. Para que você possa tornar-se um profissional desta área não basta conhecer Eletrônica e ter habilidade no uso das ferramentas básicas. Conhecer os sistemas de sonorização e as tecnologias empregadas é fundamental para que os resultados alcançados estejam de acordo as exigências dos clientes.
Ligar um amplificador a um ou dois alto-falantes não oferece maiores dificuldades a qualquer técnico e mesmo a um curioso.
No entanto, quando se pretende distribuir de maneira uniforme o som de um sistema para diversos alto-falantes espalhados por um grande ambiente, os problemas que podem ocorrer exigem um preparo especial que só o técnico tem.
A sonorização ambiente tem um site na Internet onde os leitores interessados em obter informações sobre o assunto poderão encontrar vasta literatura técnica.
Trata-se do site da Keletron que também mantém um "Clube dos instaladores de som ambiente". O endereço deste site é:
http://www.yojikonda.com
Com base no material enviado por Yoji Konda, daremos neste artigo algumas dicas importantes para os leitores que desejam se tornar profissionais nesta área, ou simplesmente desejam realizar serviços deste tipo quando solicitados, mas de forma competente.
OS PROBLEMAS BÁSICOS
O problema básico que acontece quando ligamos diretamente alto-falantes em paralelo à saída de um amplificador é que, além da impedância do sistema cair de forma proporcional à quantidade de alto-falantes ligados, a baixa impedância destes componentes faz com que ocorram perdas ao longo da linha, exemplo dado na figura 1.
Assim, o som do último alto-falante do sistema será sempre mais fraco do que o som do primeiro. Este problema será tanto mais grave quanto maior for a quantidade de alto-falantes e maior o comprimento da linha.
Além disso, existe o problema adicional da capacitância dos fios, que pode afetar a própria fidelidade do som transmitido numa linha muito longa.
Para evitar os problemas indicados e obter uma instalação de som perfeita, a tecnologia de instalação de sistema de som exige o emprego de configurações especiais que normalmente envolvem o uso de "transformadores de sonorização".
Estes transformadores, conforme mostra a figura 2, visam não carregar a saída dos amplificadores.
OS SISTEMAS
São diversos sistemas que dependem da distância a ser coberta pelos sinais, da potência dos amplificadores e da quantidade dos alto-falantes usados.
a) Linha de 8 Ω
Este sistema é indicado para ser usado em distribuição de som a curta distância.
Na figura 3 apresentamos este sistema.
A impedância do primário dos transformadores deve ser escolhida de acordo com a quantidade de alto-falantes e potência do amplificador.
Por exemplo, para 4 a 7 alto-falantes devemos usar transformadores com primários de 40 Ω, como os S108 da Keletron. Para potência até 80 W e alto-falantes em quantidade variando de 8 a 12, os transformadores devem ter uma impedância de 80 Ω.
(Os leitores interessados poderão acessar esta tabela no próprio site indicado, com informações para diversas combinações de potência e quantidade de alto-falantes).
b) Para distâncias maiores com até 70 metros deve ser usado o sistema com linha de 70 V mostrado na figura 4.
Neste caso, temos um transformador-tronco ligado na saída do amplificador (que normalmente tem saída de baixa impedância) elevando a tensão da linha para 70 V a partir de onde é feita a distribuição do sinal.
Junto a cada alto-falante é ligado um transformador com primário que depende da quantidade de alto-falantes e da potência do amplificador, conforme tabela que pode ser obtida pelo fabricante dos transformadores.
c) No terceiro caso, para curtas, médias e longas distâncias a impedância da linha é elevada para 500 ohms, pelo uso de um transformador-tronco na saída do amplificador, conforme ilustra a figura 5.
O tipo de transformador usado depende da potência do amplificador.
Os transformadores empregados junto aos alto-falantes dependem da quantidade deles, e também da potência do amplificador.
d) Finalmente, temos a possibilidade de usar uma linha de 100 ohms, caso em que também um transformador-tronco é colocado junto ao amplificador, conforme mostra a figura 6.
Este tipo de linha, em especial, é recomendado para amplificadores de 400 W a 1000 W sonorizando sistemas com linhas de médias e longas distâncias.
É importante observar que o técnico de sonorização precisa fazer sempre um levantamento dos pontos de sonorização para ter uma idéia do percurso do sinal, e assim escolher o melhor sistema para cada caso.
Um planejamento incorreto pode levar a problemas como pontos de som com volume deficiente, ou mesmo distorções.
Todavia, o mais grave é que o planejamento incorreto com uma impedância total do sistema muito diferente da saída do amplificador tem consequências mais sérias.
Se a impedância do sistema for muito mais alta que a da saída do amplificador, ou do transformador-tronco, a potência distribuída não será a potência total do amplificador, e o som será deficiente.
Por outro lado, se a impedância total do sistema for menor do que a da saída do amplificador ou do transformador-tronco teremos a sobrecarga do circuito com a possibilidade de sua queima.
AJUSTE INDIVIDUAL DO SOM
Uma possibilidade que deve ser analisada é a do controle do volume individual para cada ponto de sonorização como, por exemplo, em hotéis, hospitais, etc.
Isso pode ser conseguido com o uso de um potenciômetro de fio de 50 Ω, observe a figura 7.
CONCLUSÃO
O planejamento de um sistema de sonorização ambiente deve ser feito segundo um critério técnico muito bem estabelecido.
Além da previsão exata dos pontos de ligação dos alto-falantes e da potência sonora a ser distribuída, a qualidade dos elementos usados também é importante.
Os transformadores de sonorização não são feitos com as mesmas chapas usadas em transformadores de alimentação que operam com sinais de 50 e 60 Hz.
O tipo de granulação das chapas deve ser tal que as perdas em frequências elevadas sejam menores, garantindo assim que os sons agudos não sejam atenuados de forma indevida.
