Publicamos muitos tipos de circuitos de alarmes, usando as mais diversas técnicas como sensores fotoelétricos, sensores magnéticos, etc. No entanto, em muitos casos apenas onde deve ser ligada a saída é indicada. Um circuito de sirene para completar o sistema nem sempre é dado, ficando por conta do leitor encontrá-lo. Pois bem, atendendo a pedidos de leitores damos um projeto de uma potente sirene para alarmes que pode ser usada tanto em sistemas domésticos e comerciais como automotivos, pois ela funciona com 6 ou 12 V.
Descrevemos a montagem de uma potente sirene modulada em freqüência. Essa modulação significa que o som emitido varia de freqüência, entre o grave e o agudo de uma forma suave porém bastante eficiente para chamar a atenção.
As características do circuito podem ser alteradas para modificar tanto a modulação como o tom, conforme explicaremos no decorrer do texto.
A etapa de saída usando transistores em simetria complementar permite obter uma boa potência de áudio num alto-falante comum mesmo usando alimentação de 6 V de pilhas ou 12 V de bateria.
O grande destaque do projeto está no fato de que ele usa um único circuito integrado de baixo custo e fácil obtenção que é o 4093.
Como Funciona
A modulação, ou seja, a taxa segundo a qual o tom produzido pela sirene varia, é determinada pelo oscilador CI-1a, feito de uma das quatro portas NAND disparadoras do circuito integrado 4093.
A freqüência da modulação depende tanto de R1 como de C1. O leitor pode alterar esses componentes, mantendo entretanto o resistor R1 na faixa de 220 k? a 4,7 M?.
O sinal deste oscilador é retangular. Para uma modulação suave passamos esse sinal por uma rede RC formada pelos resistores R2 e R3 e pelo capacitor C2, conforme mostra a figura 1.
Esses componentes suavizam a modulação e ao mesmo tempo determinam sua profundidade. O leitor pode alterar tanto R2 como R3 para modificar as características do circuito. Apenas não recomendamos diminuir muito o valor de R3 (abaixo de 22 k ?) para não gerar interrupções do som.
O oscilador principal do circuito, que gera o tom de áudio é formado em torno de CI-1b. Sua freqüência é determinada por R4 e C3. Esses são também componentes cujos valores podem ser alterados.
O resultado final é que temos na saída deste oscilador um sinal retangular modulado em freqüência, conforme mostra a figura 2.
Aproveitamos então as duas portas NAND do 4093 que sobram para elaborar um amplificador/buffer digital ligando-as em paralelo como inversores. Dessa forma, obtemos um sinal mais intenso para excitar a etapa de saída de potência.
A etapa de saída de potência é formada por transistores complementares que alimentam um alto-falante. Podemos usar transistores de pequena potência se a alimentação for feita com 6 V, mas para uma alimentação com 12 V será necessário usar transistores de potência montados em radiadores de calor.
O alto-falante deve ser de bom rendimento com pelo menos 10 cm de comprimento. Se o circuito for usado no carro, o alto-falante deve ficar em local protegido contra o calor e umidade.
Para uso doméstico deve ser usada uma fonte de alimentação apropriada, normalmente a mesma que alimenta o circuito de alarme. Verifique se ela pode suportar a corrente exigida pelo circuito que é de aproximadamente 400 mA para 6 V e 800 mA para 12 V.
Se o leitor quiser montar uma fonte para uso independente do alarme, na figura 3 temos um circuito bom para essa finalidade.
Montagem
Na figura 4 damos o diagrama completo da sirene para alarme.
A placa de circuito impresso para implementação do projeto é mostrada na figura 5.
Será recomendável usar um soquete DIL para o circuito integrado, facilitando assim a sua montagem e troca. Os transistores devem ser dotados de radiadores de calor se forem os TIP31/32 (alimentação de 12 V).
O desenho da placa de circuito impresso é dado justamente para esses transistores. Para transistores de menor potência com alimentação de 6 V o desenho da placa deve ser modificado pois a disposição de seus terminais é diferente.
A posição de componentes polarizados como os capacitores eletrolíticos deve ser observada pois, se forem invertidos, podem ocorrer problemas de funcionamento.
Prova e Uso
Terminando a montagem e conferindo as posições dos componentes, ligue a sirene numa fonte de alimentação apropriada, observando a polaridade da alimentação.
A sirene deve emitir som imediatamente. Se quiser modificar o som produzido, altere os componentes que indicamos no texto.
Comprovado o funcionamento é só fazer a instalação definitiva. Na figura 6 mostramos como fazer sua conexão ao relé de um sistema de alarme comum.
Se a sirene for instalada longe do relé, use fios grossos para que a resistência desses fios não cause perdas de energia que afetem o rendimento.
Na figura 7 damos uma sugestão de etapa de potência simplificada que utiliza um FET de potência.
Um alarme simples com interruptores tipo "reed" para portas e janelas é mostrado na figura 8.
Para rearmar o alarme uma vez disparado, feche os interruptores sensores disparados, desligue a alimentação e ligue novamente.
Se usar no carro ou moto será importante ligar em série com a alimentação um fusível de 2 A.
Semicondutores:
CI-1 - 4093 - circuito integrado CMOS
Q1 - TIP31 (BC548) - transistor NPN de potência (*)
Q2 - TIP32 (BC558) - transistor PNP de potência (*)
Resistores: (1/8 W, 5%)
R1 - 2,2 M ? - vermelho, vermelho, verde
R2 - 3,3 k ? - laranja, laranja, vermelho
R3, R4 - 47 k ? - amarelo, violenta, laranja
R5 - 2,2 k ? - vermelho, vermelho, vermelho
Capacitores:
C1 - 470 nF - cerâmico ou poliéster
C2 - 22 µF x 16 V - eletrolítico
C3 - 220 nF - cerâmico ou poliéster
C4 - 220 µF x 16 V - eletrolítico
C5 - 100 µF x 16 V - eletrolítico
Diversos:
FTE - 10 cm x 4 ou 8 ? - alto-falante
Placa de circuito impresso, soquete DIL de 14 pinos para o circuito integrado, radiadores de calor para os transistores, caixa para montagem, fios, solda, etc.
(*) Componentes para alimentação de 6 V.