No artigo anterior (ART1943) demos a primeira parte deste "super projeto", que consiste num sistema inteligente de alarme Infravermelho capaz de operar por controle remoto, com recursos de um simulador de presença e diversos slots para interfaceamento com dispositivos externos. Nesta edição damos a segunda parte do artigo, em que alguns circuitos adicionais serão descritos, além de sugestões de como fazer a instalação do alarme numa casa ou estabelecimento comercial.

Na edição anterior foram vistos diversos circuitos que compõem o alarme, como a unidade central com o sistema infravermelho, receptor via rede, temporizadores e simuladores der presença.

No entanto, ficaram faltando o carregador de bateria e também uma sirene potente, que completariam o alarme, se bem que para estes existem muitas alternativas que não impediriam o funcionamento do alarme só com as informações dadas naquela primeira parte.

Voltamos agora com a parte final do artigo, em que descrevemos os circuitos que estavam faltando e também algumas sugestões para a instalação.

 

CARREGADOR DE BATERIA

Para operação constante, mesmo em caso de corte de energia, temos um circuito carregador para uma bateria de 12 V, que é mostrado na figura 1.

 

Figura 1- Carregador de bateria
Figura 1- Carregador de bateria

 

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.

 

Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem

 

Este circuito mantém uma bateria em carga constante, conectando-a ao alarme em caso de corte de energia.

O circuito deve prever que o emissor infravermelho também seja alimentado pela bateria em caso de corte, ou ainda deve ser desligada sua entrada para o disparo, inibindo-a.

O transformador tem enrolamento primário de acordo com a rede local e secundário de 12+12 V com pelo menos 300 mA de corrente.

Os diodos admitem equivalentes, e o resistor R1 deve ser obrigatoriamente de fio. Seu valor pode ser aumentado para 470 ohms se desejarmos uma carga mais lenta ou se a bateria usada for de menor capacidade (moto, por exemplo).

O relé admite equivalentes, mas se sua pinagem for diferente devem ser feitas alterações no layout da placa de circuito impresso.

 

(carregador)

Semicondutores:

D1 - 1N4004 ou equivalente - diodo de silício

D2 - 1N4002 ou 1N4004 - diodo de silício

K1- Relé de 12 V

 

Capacitores:

C1 - 220 uF - eletrolítico de 50 V

C2 - 10 uF - eletrolítico de 25 V

 

Diversos:

R1 – 220 ohms x 5 W – resistor de fio

T1 – Transformador com primário de acordo com a rede local e secundário de 12 + 12 V com 300 mA ou mais

F1 – Fusível de 1 A

B1 – 12 V – bateria – ver texto

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, solda, etc.

 

 

SIRENE

 

O circuito dado a seguir, cujo diagrama é mostrado na figura 3, é de uma potente sirene para o sistema de alarme.

 

Figura 3 – Diagrama para a sirene
Figura 3 – Diagrama para a sirene

 

 

A disposição dos componentes desta sirene numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 4.

 

 

   Figura 4 – Placa de circuito impresso para a sirene
Figura 4 – Placa de circuito impresso para a sirene

 

 

Este circuito produz um tom modulado em frequência de grande intensidade num alto-falante de bom rendimento. O FET de potência admite equivalentes, e precisa ser montado num bom radiador de calor.

Na verdade, com um pouco menos de rendimento pode ser usado um Darlington NPN de potência como o TlP110.

No ponto X (hab), que corresponde ao pino 4 de cada Cl, temos a habilitação da sirene. Este ponto pode ser usado como parte de um sistema inteligente de inibição.

Alterações em R1 e R2 permitem mudar a modulação, e em R4 e R5 alterar o tom emitido.

 

UTILIZAÇÃO E PROVA

Damos a seguir os procedimentos para verificações e ajustes do sistema básico com um transmissor via rede e um emissor infravermelho.

 

a) Ajuste do infravermelho

Coloque o emissor apontado para o receptor, inicialmente numa distân-

cia da ordem de 2 metros para os ajustes preliminares.

Alimente os dois circuitos e ajuste vagarosamente P1 até obter o acionamento do PLL (o LED acende).

Obtido o ajuste, afaste o emissor e atue sobre P1 até obter o máximo de sensibilidade na maior distância.

Depois é só fazer a instalação definitiva, protegendo uma passagem ou corredor, conforme mostra a figura 5.

 

 

Figura 5 – Instalação num corredor
Figura 5 – Instalação num corredor

 

 

Uma possibilidade interessante é a mostrada no circuito da figura 6, em

que temos uma segunda unidade infravermelha remota que envia seu

sinal via rede para a central.

 

 

Figura 6 – Unidade de alarme remota via rede
Figura 6 – Unidade de alarme remota via rede

 

 

O ajuste desta unidade é feito no 567 para a frequência do emissor e, depois, no trimpot do 555 para a frequência do receptor Cls da estação-base.

Diversas destas unidades podem ser espalhadas por um estabelecimento, enviando sinais para a unidade central.

 

b) Ajuste dos tempos da unidade base

O tempo de acionamento do relé K1, que está ligado a uma sirene ou sistema de aviso, é feito por P2. Dependendo da aplicação pode ser interessante um tempo mais curto neste circuito.

Para o simulador de presença o ajuste de cada passo é feito em P4.

Para sua comprovação é interessante ligar em cada linha de saída um

LED em série com um resistor de 470 ohms.

Estes LEDs devem acender em sequência com velocidade que será ajustada em P4. O montador pode até fazer um slot de prova para esta finalidade, encaixando então a placa para fazer a verificação do funcionamento.

O tempo que teremos para armar o alarme antes que os sensores sejam alimentados é determinado pelo ajuste de P5.

Pressionando S1, o relé Kg deve atracar e permanecer nesta condição,

cortando a alimentação do circuito pelo tempo ajustado em P5.

 

c) Ajuste do receptor via rede

Ligue o transmissor de pânico a uma tomada próxima da que está ligada à estação base. Os pontos CA devem estar em paralelo com a alimentação, ou seja, também ligados à rede.

Ajuste então P3 para que, quando S1 da estação transmissora for pressionado, ocorra o funcionamento do CIS. Esse reconhecimento de sinal

pode ser feito com a ligação em paralelo com Fim de um LED em série

com um resistor de 1 k ohms.

Observamos que este reconhecimento é acompanhado do travamento de K1 pelo tempo determinado por P2. Mantenha P2 no mínimo para esta verificação.

Se forem usadas diversas estações transmissoras, elas precisam ter ajustes de frequência independentes.

Assim, ajustamos P3 na estação base para receber os sinais do transmissor

de frequência fixa, e depois ajustamos os transmissores suplementares para serem recebidos pela estação base.

O resistor R1 de cada transmissor deve ser trocado por um resistor de 4,7 k ohms em série com um trimpot de 47 k ohms para estes ajustes.

 

(sirene)

Semicondutores:

Cl1, CI2 - 555 - circuito integrado - timer

Q1 - SPM640 ou equivalente – qualquer FET de potência

 

Resistores (1/8 W, 5%):

R1- 56 k ohms

R2 a R4-10 k ohms

R5 -12 k ohms

R6 -10 k ohms

R7-1M ohms

 

Capacitores:

C1 – 10 uF - eletrolítico

C2 - 47 nF - cerâmico ou poliéster

C3 - 47 nF a 100 nF - poliéster ou cerâmico

C4 - 1 000 uF - eletrolítico

 

Diversos:

FTE - 4 ou 8 ohms - alto-falante da 20 W

Placa de circuito impresso, radiador para o transistor, soquetes para os integrados, caixa para montagem, fios, solda, etc.

 

 

COMPOSIÇÃO DO SISTEMA

Na figura 7 temos a composição de um sistema de alarme inteligente que pode ser ampliado ou modificado segundo às necessidades de cada um.

 

 

   Figura 7 – Composição do sistema
Figura 7 – Composição do sistema

 

 

Neste sistema, a detecção de presença ou passagem por um corredor

é feita pelo setor infravermelho do aparelho, que envia seu sinal ao sistema inteligente (l).

Paralelamente são ligados em série aos pontos A,B,C e D outros sensores, do tipo NF com reed-switches e imãs.

Esta central também recebe os sinais do circuito de pânico dos sensores ligados a um transmissor remoto (blocos lV e V).

O acionamento da central pelos sinais remotos e por fio provoca a habilitação da sirene (ll) e também do simulador de presença, que energiza as linhas (Ill) dos slots em que temos circuitos diretos e temporizados.

Estes circuitos acionam aparelhos de TV, som, gravadores, sistemas de iluminação, discagem automática, registro de eventos (uma câmara ligada a

um videocassete pode ser usada para registrar imagens do intruso, ou mesmo uma câmara fotográfica acoplada a um flash). Diversas são as possibilidades de expansão ou de acoplamento a dispositivos “inteligentes".

Uma sugestão interessante é usar o transmissor de pânico num segundo canal, que ativaria um segundo receptor ligado a um relé. Este relé, numa versão temporizada, ativaria a um transmissor de som via rede (modulado em

pulsos) que "colocaria no ar” o som do local vigiado.

Este sinal seria recebido então no local em que o acionamento fosse feito de modo a se ouvir o que está ocorrendo.

Os pontos de habilitação do circuito, ou desabilitação, também podem ser usados para inibir o alarme em casos especiais.

Enfim, as possibilidades de modificações são muitos e dependem exclusivamente da habilidade de cada montador.

 

Observação final: evidentemente, hoje temos soluções de muito melhor tecnologia, como as que enviam as imagens via webcan pela internet para um celular ou computador remoto, mas este circuito é muito didático, pois mostra como cada bloco que usa um circuito diferente pode ser usado num sistema complexo.

 

 

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