Este é um projeto antigo, recuperado de meu caderno de anotações e que faz uso de um estabilizador de tensão manual, muito comum na década de 50 e 60, quando os televisores analógicos antigos ainda sofriam com a distribuição irregular de energia. Se você tem um sua sucata, que tal aproveitá-lo como fonte de alimentação e carregador de baterias.

Na década de 50, 60 e mesmo 70, os televisores analógicos sofriam com as variações da tensão elétrica da rede de energia. Os problemas mais comuns eram a redução da tela, perda de brilho e até mesmo a perda de sintonia.

Se bem que especificados para funcionar com 110 V (117 V), as tomadas da época podiam ter em certos momentos tensões tão baixas como 80 V, o que levada os televisores antigos a esses problemas, conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1 – Baixa tensão de alimentação
Figura 1 – Baixa tensão de alimentação

 

Para solucionar esse problema, comum em vários lugares e em determinados horários, principalmente à noite pela sobrecarga da rede, eram vendido estabilizadores de tensão.

O tipo mais comum era o manual, também de mais baixo custo, em que se podia ajustar através de uma chave a tensão de saída, de modo que ela ficasse sempre o mais próximo possível dos 110 V necessários ao televisor ou outro aparelho alimentado, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2 – Um estabilizador manual de tensão
Figura 2 – Um estabilizador manual de tensão

 

Este estabilizador nada mais era do que um simples autotransformador com diversas derivações no enrolamento secundário que permitiam ajustar a saída de modo a se obter a tensão desejada na saída, conforme mostra a figura 3.

 

Figura 3 – O diagrama
Figura 3 – O diagrama

 

Alguns tipos selecionam as tensões no primário, mas de qualquer forma, nestes pontos de seleção temos tomadas de baixa tensão.

Ligando o estabilizador na alimentação podemos usar o multímetro numa escala de tensões alternadas que permita ler pelo menos os 110 V ou 220 V da rede e descobrir as tomadas de baixa tensão.

Um instrumento de ferro-móvel de baixo custo indicava a tensão que estava saindo e alimentado o televisor (ou outro aparelho), usado como carga.

A potência normalmente já era calculada para se poder alimentar um televisor comum da época, mesmo dos tipos valvulados cujo consumo chegava aos 250 ou 300 W.

Uma geração seguinte nos trouxe os estabilizadores de tensão do tipo automático, que usando tecnologias como a de núcleo saturada, não precisavam da intervenção do usuário sobre a chave.

Mas, com os tempos modernos, a TV digital, não precisamos mais de estabilizados de tensão para nossos televisores, e na verdade tudo mais.

As fontes chaveadas que estes equipamentos usam podem operar com uma ampla faixa de tensões de entrada e dentro dela, fornecem a tensão que os circuitos precisam para funcionar.

Os televisores, celulares amplificadores, por exemplo, podem funcionar com tensões de 80 a 250 V em sua maioria e poucos são os que ainda vem com a indicação 110/220 V exigindo a atuação sobre uma chavinha comutadora conforme rede. Para estes equipamentos que funcionam em qualquer rede, dizemos que são do tipo bi-volt.

Mas, se você tem em sua sucata um estabilizador de tensão manual antigo, você pode usá-lo em sua bancada com finalidades interessantes.

Se observar o seu circuito você pode perceber que a parte do enrolamento que tem a chave e que escalona as tensões, normalmente em passos de poucos volts pode funcionar como um secundário de baixa tensão de um transformador, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Usando o setor de baixa tensão
Figura 4 – Usando o setor de baixa tensão

 

Este setor tem uma capacidade de corrente até aproximadamente 2 A. Para usá-lo numa fonte basta acrescentar um diodo e um capacitor de filtro, conforme mostra a mesma figura.

Observe, entretanto, que esta saída não tem isolamento da rede de energia, o que limita seu uso a alguns projetos experimentais, por exemplo, como carregador de bateria.

Meça com seu multímetro a tensão que se obtém na saída nas diversas posições da chave.

Para carga de baterias, acrescente um resistor limitador de 330 ou 470 ohms x 10 W e coloque as baterias do tipo AA ou D para carga em suporte apropriado.

O tempo de carga depende do tipo de pilha, estando normalmente gravado em seu invólucro. Na escola, esta fonte pode ser usada para demonstrar a eletrólise.

 

 

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