Esta é uma montagem didática que envolve um trabalho artesanal que exige tanto habilidade mecânica como criatividade no sentido de se aproveitar componentes reciclados ou adaptados. A finalidade do projeto é a montagem de um vibrador eletromecânico, um dispositivo usado na década de 30, 40 e 50 em carros como alternativa para inversores de frequência, gerando altas tensões a partir de bateria.

Na época das válvulas, os rádios valvulados precisavam e altas tensões para funcionar o que era uma limitação para seu uso no carro.

No entanto,o problema foi resolvido com o uso de vibradores mecânicos que através de um engenhoso sistema de contatos aplicada tensão pulsante a um transformador e com isso era possível obter alta tensão.

Se você quiser saber mais sobre os vibradores veja o artigo: CUR013 ( http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/component/content/article/101-diversos/diversos/4860-cur013  )

Um vibrador nada mais é do que um eletroímã numa configuração semelhante a de um relé, mas que opera com nos contatos NF, conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1 – O princípio de funcionamento
Figura 1 – O princípio de funcionamento

 

Quando o circuito é energizado, a corrente pode passar pelos contatos circulando pela bobina e criando com isso um campo magnético.

O campo magnético atrai o contato móvel, interrompendo desta forma a corrente.

O resultado é que o campo cessa e o contato volta a sua posição normal fechando novamente o circuito e deixando a corrente circular.

Enquanto o circuito estiver sendo alimentado o processo de liga e desliga segue rapidamente com a circulação de uma corrente contínua pulsante.

Podemos modificara velocidade com que os contatos abrem e fecham neste circuito acrescentando um capacitor, conforme mostra a figura 2.

 

 Figura 2 – Acrescentando um capacitor
Figura 2 – Acrescentando um capacitor

 

Quando a corrente é desligada pela ação do contato móvel que se afasta do fixo, a corrente ainda se mantém por fração de segundo, graças à descarga do capacitor.

Quanto maior for o capacitor, mais lenta será a ação do circuito abrindo e fechando os contatos em intervalos regulares.

Ligando em série uma lâmpada e com um grande capacitor, o circuito funcionará como um pisca-pisca.

 

Montagem

Na figura 3 temos a montagem de nosso vibrador experimental que pode servir para alguns experimentos interessantes.

 

   Figura 3 – Aspecto da montagem com as dimensões das peças usadas
Figura 3 – Aspecto da montagem com as dimensões das peças usadas

 

As dimensões dadas correspondem ao protótipo montado pelo autor que funciona perfeitamente.

De acordo com a espessura das lâminas de latão podem ocorrer variações quanto à velocidade de operação e alguns ajustes podem ser necessários.

A bobina é enrolada num parafuso de ¼” com 23 a 4 cm de comprimento e para manter juntas as espiras são usadas duas arruelas de metal.

De 300 a 500 espiras de fio fino devem ser enroladas, por exemplo, fio 30 ou 32.

Para soldar o fio esmaltado é importante que ele seja bem raspado no local da solda, caso contrário ela não pegará.

Para conexão ao circuito externo usamos uma ponte de dois terminais com parafusos.

 

Prova e Uso

Na figura 4 mostramos o circuito básico de operação do vibrador, alimentado por quatro pilhas pequenas.

 

   Figura 4 – Circuito básico de operação
Figura 4 – Circuito básico de operação

 

Para a reprodução do som num alto-falante, ele deve ser ligado em série conforme mostra a figura, nos pontos A e B.

Ao ligar o aparelho, é preciso ajustar as lâminas para o ponto ideal de funcionamento, o que exige certa habilidade, pois elas tendem a “grudar”, impedindo a oscilação.

Na figura 5 temos a montagem de um telégrafo com o vibrador, onde a estação remota consiste num segundo alto-falante.

 

   Figura 5 – Telégrafo experimental
Figura 5 – Telégrafo experimental

 

Na figura 6 temos um sistema simples de chamada remota que aciona um alto-falante quando qualquer um dos dois interruptores de pressão é acionado.

Os interruptores podem ficar em locais diferentes e mais interruptores podem ser utilizados.

 

   Figura 6 – Um sistema de chamada remota
Figura 6 – Um sistema de chamada remota

 

 

B1 – 6 V – 4 pilhas pequenas

C1 – 10 µF a 1000 µF x 12 V ou mais – capacitor eletrolítico

Diversos:

Manipulador ou interruptores de pressão, fios esmaltados, material para o vibrador, solda, etc.