No ART2416 publicamos o artigo MOTOR IÔNICO - O futuro no espaço, em que demos informações sobre este tipo de propulsão e também o projeto de um dispositivo experimental de propulsão iônica capaz de movimentar um modelo miniatura em movimento circular. No entanto, alguns pormenores sobre a construção do modelo, pedidos por diversos leitores, deveriam ser dados na ocasião, para facilitar a realização prática do projeto. Assim, resolvemos voltar ao assunto, completando a montagem da unidade com alguns pormenores construtivos, principalmente da nave espacial.

Não houve leitor que não ligasse as ilustrações do artigo às viagens espaciais tão comentadas em clássicos da ficção científica como Arthur Clarke e Isaac Asimov.

No entanto, o que muitos leitores talvez não saibam que a foto corresponde exatamente ao protótipo que montamos e que realmente se movimenta numa trajetória circular, através da propulsão iônica, obtida da fonte de muito alta-tensão (MAT) publicada no ART2416.

Damos agora os pormenores construtivos da nave e seu apoio, assim como indicações para se obter segurança e funcionamento perfeito.

 

Montagem

O diagrama esquemático e desenho da placa são mostrado no artigo ART2416

Na figura 1 temos a foto da caixa em que montamos um protótipo em ponte de terminais e ao lado, a placa de circuito impresso para os que preferirem esta versão.

 

Figura 1 – Foto do protótipo
Figura 1 – Foto do protótipo

 

Observe que a bobina de ignição é montada na tampa da caixa, tendo uma haste de fio de cobre rígido com um alfinete soldado em sua ponta.

O alfinete deve ter uma solda perfeitamente regular, já que, protuberâncias podem causar fugas de alta tensão e consequente perda de rendimento do aparelho.

A nave é mostrada na figura 2, tendo sido um protótipo construído em torno de uma lâmpada neon e outro em torno de uma lâmpada de xenônio.

 

Figura 2 – A nave
Figura 2 – A nave

 

Observe na figura 3 que o eletrodo de propulsão consiste num alfinete soldado num dos terminais da lâmpada, não devendo haver nenhuma protuberância de solda.

 

Figura 3 – A nave
Figura 3 – A nave

 

Para evitar a fuga de alta tensão por qualquer elemento, a nave é totalmente construída com plástico.

As próprias “antenas" são de alfinetes, mas “ao contrário" para não haver fuga de alta tensão.

A nave é soldada numa haste que deve ser a mais leve possível, sendo para isso indicado um fio de cobre não muito grosso com um contrapeso.

Este contrapeso é uma “pelota” de solda, que também não deve ter arestas ou parte aguçadas para não haver perdas de alta tensão.

Na parte de equilíbrio é colocada uma peça de apoio de metal para que o sistema gire apoiado no alfinete da bobina com um mínimo de atrito possível.

 

Prova e Uso

Para verificar a propulsão, é conveniente trabalhar em local escuro, pois assim o feixe de Íons que saí do eletrodo da nave pode ser visto, assim como eventuais fugas devidas a irregularidades de solda.

Ligue o aparelho, depois de apoiar a nave e deixá-la imóvel.

Aumentando a tensão dr saída gradualmente em P1 você vai notar um ruído semelhante um apito fino, ajustado em P2, e a lâmpada neon deve acender no interior da nave.

À medida que a tensão aumenta, a propulsão se faz notada com o aparecimento de um ponto de luz no eletrodo (alfinete na parte traseira da nave). Se ela for suficientemente leve, já entrará em movimento girando vagarosamente.

A velocidade deve aumentar gradualmente até o máximo que é determinado por seu peso e potência do sistema.

 

Atenção: não toque em nenhum ponto da nave ou do circuito quando em funcionamento. As tensões são elevadíssimas e por isso perigosas!

 

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