Quando nos divertíamos nos anos 70 com a Rosie, empregada robótica da série de desenhos animados dos Jetsons, não imaginávamos que um dia andar sobre uma roda não seria apenas habilidade dos artistas de circo, mas a solução para o transporte individual que agora começa a se tornar realidade com engenhocas como o U3-X da Honda.

Certamente, o leitor que demorou para aprender a andar de bicicleta e certamente nunca tentou andar num monociclo, fica difícil entender como uma pessoa comum poderá um dia andar naturalmente num veículo de uma roda só. O segredo disso está no fato de que, quem vai cuidar do equilíbrio não é o condutor mas sim o próprio veículo. Podemos explicar isso de uma maneira mais científica. Nos equilibramos sobre duas pernas por que no nosso ouvido interno existe uma espécie de nível que sensória a posição do nosso corpo e envia para o cérebro os comandos que fazem as correções de posição. O álcool afeta este mecanismo e é por isso que o bêbado cambaleia não conseguindo ficar firme numa posição de equilíbrio. Pois bem, a eletrônica tem a tecnologia não só dos sensores de posição, sensores giroscópicos que detectam qualquer alteração de posição, como dispositivos de controle capazes de atuar sobre rodas de modo a manter um veículo de uma roda só ou de duas rodas parado na vertical, sem a intervenção do condutor. O que estes veículos alimentados por baterias recarregáveis possuem é um complexo cérebro formado por um microcontrolador. O microcontrolador recebe os sinais dos sensores giroscópicos colocados em diversos ângulos detectando qualquer alteração, inclusive quando o condutor se inclina. Quando isso ocorre, o veículo se move na direção em que o condutor se inclinou. É desta forma que o veículo sabe para onde deve ir. O Segway que já se tornou popular em muitos países é um exemplo de veículo de duas rodas paralelas que com segue manter o equilíbrio sem a intervenção do condutor. As vantagens deste tipo de veículo para o transporte à curtas distâncias são muitas. Podem ser guardados ou transportados com facilidade, usam energia limpa (eletricidade), são absolutamente silenciosos e seguros. Vai chegar o dia em que aquela cadeirinha que “flutua” no espaço que  o George Jetson usa vai se tornar uma realidade. Não damos muito tempo para isso.


(Este artigo saiu publicado na revista Novitá de Guarulhos em setembro de 2010.)