Se a primeira montagem de muitos leitores é um rádio, ele deve ser simples e, além disso, não exigir ajustes complicados. O circuito que apresentamos a seguir é ideal para os leitores iniciantes, estudantes e mesmo para os professores que pretendem usar este tema numa matéria eletiva.

Também serve para atender os que desejam ter o seu primeiro rádio, montado pelas suas próprias mãos de uma forma simples e até aproveitando componentes de sucata como o bastão de ferrite, o alto-falante e o capacitor variável CV.

O receptor descrito sintoniza, com boa sensibilidade, as estações locais de ondas médias. Para as mais fracas ele precisa de uma antena que nada mais é do que um pedaço de fio comum de 2 a 20 metros de comprimento e uma ligação à terra feita num cano d'água ou em qualquer objeto de metal de grande porte, ou simplesmente segurando-se o fio entre os dedos.

A alimentação do aparelho pode ser feita por pilhas, bateria ou fonte de alimentação de 6 a 9 volts. No caso da bateria, não recomendamos os tipos pequenos já que o consumo elevado do circuito as esgota rapidamente. Para 9 V recomendamos o uso de pilhas médias ou ainda de uma fonte.

Na figura 1 temos o diagrama do receptor.

 

Diagrama do rádio AM
Diagrama do rádio AM

 

A montagem pode ser feita a partir de uma ponte de terminais de qualquer tipo, a qual será fixada numa base de madeira ou plástico conforme mostra a figura 2.

 

Montagem do rádio AM numa ponte de terminais.
Montagem do rádio AM numa ponte de terminais.

 

As bobinas são enroladas num bastão de ferrite, que pode ser aproveitado de um algum rádio fora de uso. Este bastão deve ter pelo menos 15 cm de comprimento. L1 é formada por 10 voltas de fio entre 22 e 28 AWG e L2 por 40+40 espiras do mesmo fio.

Para fazer esta bobina enrolamos 40 voltas de fio, tirando uma tomada ou derivação e depois enrolamos mais 40 voltas de fio no mesmo sentido.

O capacitor variável CV pode ser de qualquer tipo para rádios de ondas médias. O alto-falante pode ser de qualquer tipo ou tamanho.

P1 é um potenciômetro de valor não crítico, podendo ficar entre 1,5 M ? e 4,7 M ?. Este potenciômetro ajusta a polarização do circuito para se obter o maior ganho sem distorção atuando assim como um controle de sensibilidade e volume.

Os transistores admitem equivalentes assim como o diodo D1. Os demais componentes têm as especificações dadas na lista de materiais.

Para usar o receptor, ligue-o a uma boa antena e acione S1. Ajuste ao mesmo tempo CV e P1 para captar as estações locais mais fortes.

 

Faça o ajuste para melhor recepção. Se na sua localidade as estações fortes estiverem em freqüências próximas, havendo tendência para se "misturarem" neste receptor, altere a bobina enrolando-a com 20+60 espiras (20 espiras ficando do lado da terra). Com isso o receptor passa a ter maior seletividade.

Se as estações de freqüências mais baixas não forem captadas, faça a ligação pontilhada mostrada na figura 2, interligando as duas seções do capacitor variável.

Para maior volume e qualidade de som, o alto-falante deve ser colocado numa pequena caixa acústica que pode ser improvisada até mesmo com uma caixa de papelão.

 

Semicondutores:

Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral

Q2 - BD135 - transistor NPN de média potência

D1 - 1N34 ou equivalente - diodo de germânio

 

Resistores: (1/8 W, 5%)

R1 - 470 k ? - amarelo, violeta, amarelo

R2 - 47 ? - amarelo, violeta, preto

P1 - 2,2 M ? - potenciômetro

 

Capacitores:

C1 - 100 nF - cerâmico

C2 - 470 pF - cerâmico

C3 - 100 µF/12 V - eletrolítico

CV - Variável até 410 pF - de rádio de ondas médias

 

Diversos:

L1, L2 - Bobinas - ver texto

FTE - 4/8 ? - 5 a 10 cm - alto-falante comum

S1 - Interruptor simples

B1 - 6 a 9 V - pilhas comuns

Ponte de terminais, base de montagem, bastão de ferrite, botões para o variável e potenciômetro, suporte de pilhas, fios esmaltados, antena, etc.