Este circuito experimental produz um sinal com freqüência entre 520 kHz e 1 600 kHz, dentro da faixa de ondas médias (OM). Isso significa que seus sinais podem ser captados num rádio comum colocado nas suas proximidades.
Podemos usar este circuito como um gerador de sinais e até em algumas brincadeiras como, por exemplo, num "radar localizador". Para isso, escondemos o transmissor em qualquer parte da casa e os jogadores devem localizá-lo usando como "sensores" radinhos comuns de ondas médias.
O circuito é muito simples e pode ser alimentado por pilhas comuns que funcionarão bastante tempo, pois seu consumo é relativamente baixo.
A potência e, portanto o "alcance", depende da tensão de alimentação. Isso significa que usando 4 pilhas (6 V) obtemos maior alcance do que usando apenas duas pilhas (3 V).
O transmissor é de onda contínua (CW), ou seja, não tem modulação alguma, o que significa que ao captarmos o sinal num rádio ele aparece como um "sopro" que silencia o chiado de fundo que normalmente existe quando fazemos uma sintonia fora de estação.
O capacitor variável CV permite o ajuste da freqüência de operação de modo que o colocamos num ponto em que não exista nenhuma estação operando. Este componente pode ser qualquer capacitor variável de rádio transistorizado que o leitor pode obter de uma sucata.
Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho do caderno de notas de Newton C. Braga.
O oscilador pode ser montado facilmente usando como base uma ponte de terminais, conforme mostra a figura 2.
A bobina L1 é enrolada num bastão de ferrite consistindo em 50+50 voltas de fio esmaltado com espessura entre 24 e 28 ou então fio encapado, não muito grosso. Observe que após a tomada central, o enrolamento da bobina deve ser continuado no mesmo sentido.
Os resistores são todos de 1/8 W ou maiores e os capacitores são cerâmicos. Podemos usar para Q1 qualquer transistor NPN de uso geral ou de média potência como os seguintes: BC548, BC547, BC549, BD135, BD137, etc. Observamos apenas que a terminação dos BDs e TIPs é diferente dos BCs.
Se quisermos aumentar o alcance, basta ligar ao coletor do transistor uma antena e ao emissor um fio terra.
Para provar o aparelho basta ligá-lo perto de qualquer rádio de ondas médias sintonizado em torno de 1 000 kHz num ponto em que não haja nenhuma estação operando. Atuando sobre CV devemos procurar o sinal mais forte do transmissor.
Comprovado o funcionamento do oscilador é só usá-lo ou como oscilador de prova ou como transmissor experimental. Ele também pode ser usado como injetor de sinais.
Reduzindo o número de espiras poderemos fazer com que o circuito opere na faixa de ondas curtas e até tenha um alcance maior. A bobina poderá ser enrolada com 40+40 espiras para a faixa dos 3 aos 6 MHz, com 30 + 30 espiras para a faixa dos 7 aos 10 MHz e com 20 + 20 espiras para a faixa dos 10 MHz. Nesse caso o leitor precisará contar com um receptor que seja capaz de sintonizar os sinais dessa faixa. O alcance, com uma boa antena poderá chegar a várias centenas de metros ou mesmo quilômetros na faixa de ondas curtas.
Num trabalho escolar, este aparelho pode servir para demonstrar o princípio de funcionamento de uma estação telegráfica, caso em que S1 deve ser trocado por um manipulador.
Se o leitor quiser transmitir sons de um microfone, por exemplo, este microfone deve ser ligado entre a base e o emissor do transistor e em série com um capacitor de poliéster de 470 nF.
Se o transmissor for alimentado por fonte, não use mais de 6 V para os transistores BC. Para os BD e TIP, que devem ser montados num radiador de calor, a tensão pode chegar aos 12 V.
Semicondutores:
Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN - ver texto
Resistores: (1/8 W, 5%)
R1 - 10 kΩ - marrom, preto, laranja
Capacitores:
C1 - 10 nF - cerâmico (103 ou 0,01)
C2 - 100 nF - cerâmico (104 ou 0,1)
CV - Capacitor Variável comum - ver texto
Diversos:
L1 - Bobina - ver texto
S1 - Interruptor simples
B1 - 3 ou 6V - 2 ou 4 pilhas - ver texto
Ponte de terminais, caixa para montagem, bastão de ferrite, suporte de pilhas, fios, solda, etc.