Com os avanços da robótica, da inteligência artificial e da IoT, a possibilidade de se animar figuras está mais do que nunca presente em nossos dias. E quando falamos em animar figuras não significa apenas robótica, mas algo diferente que abordamos neste artigo.

 

A animatrônica, de eletrônica + animação consiste na técnica de se animar ou dotar algum tipo de figura de movimentos que permitam simular uma criatura ou algo que tenha vida própria. Podemos associar isso aos fantoches em que podemos animar não apenas figuras que representem pessoas ou animais, mas também objetos. Utilizando recursos eletrônicos e mecânicos podemos ter fantoches ou figuras animadas com os mais diversos graus de complexidade e isso vem desde os tempos muito antigos. Já os gregos antigos animavam figuras usando recursos hidráulicos e mecânicos. Assim, no primeiro século da era crista os gregos já usavam figuras mecânicas em seu teatro. Os relógios com figuras animadas foram uma sensação durante muitos séculos indo desde as unidades pequenas que faziam parte do acervo de objetos de reis e imperadores até as que eram instaladas em torres.

Na foto mostrado na figura 1 temos um relógio com figuras animadas na Inglaterra. E, mais antigo temos um arranjo do século 3 em que uma figura animada aponta numa escala a hora de um relógio de água! A medida que a água cai e enche o compartimento de uma roda, ela gira movimentando a figura aponta um indicador para a escala.

 

 


 

 

 

 


 

 

 

Que tal fazer algo semelhante com tecnologia moderna usando um motor de passo acionado por um microcontrolador? Mas como o que nos interessa mais é o uso da eletricidade e a eletrônica de uma forma mais prática, vamos partir para publicações mais recentes que permitem que até nós mesmos animemos nossas figuras. Assim, começamos com um animatrônico ou Dancing Figure como foi chamado na época, que foi encontrado num livro de Hugo Gernsback de 1935. O projeto foi elaborado em torno de um vibrador com um eletroímã cujos detalhes construtivos apareciam na publicação estão ilustrada na figura 3. Essa configuração mostrava que era simples animar figuras, mesmo para os que não tivessem muita habilidade.

 

 


 

 

 

Uma segunda ideia que foi aproveitada na animação simples de figuras ou objetos é a mostrada na figura 4.

 

 


 

 

 

Esta mola dançante foi encontrada no livro Fun with Electricity de 1967. Projeto semelhante publicamos na mesma época na revista Eletrônica Popular em nossa seção Eletrônica para Juventude. Quando a mola está distendida, sua ponta escascada encosta num pequeno recipiente que na época era preenchido com mercúrio condutor de eletricidade. Com isso, corrente circulava pela mola que se contraria pelo próprio campo magnético dando um salto. Ao saltar ela desligava e voltava a fazer contato. Ligada, ela ficava saltando de forma aleatória. Uma versão moderna pode ser montada pelos que tem mais experiência. Trata-se do Móbile Dançante que publicamos da revista Experiência e Brincadeiras com Eletrônica dos anos 80, e que se encontra no site em ART065. (figura 5) A figurinha animada (que pode ser muito mais bem elaborada) dança ao rítmico da música aplicada ao transformador T1 a partir de um amplificador.

 

 


 

 

 

 

Outra versão que publicamos numa Mecatrônica fácil e que pode ser acessada no artigo MEC175 é mostrada na figura 6.

 

 


 

 

 

Mas, em se tratando de animatrônico temos um mestre e que continua com sua participação, sendo o responsável por esta publicação. Falamos de Luiz Henrique Correa Bernardes que em 2003 escreveu o artigo Construindo um Animatrônico que fez parte da revista Mecatrônica Fácil número 11 cuja capa destacamos na figura 7.

 

 


 

 

 

No MEC302 no site você terá o artigo completo para fazer sua montagem. Outro projeto animatrônico do mesmo autor foi a cabeça animatrônica da revista Mecatrônica Fácil 14 de 2004, cuja capa aparece na figura 8.

 

 


 

 

 

Esta cabeça tinha movimentos controlados pelo computador usando a linguagem LOGO. Posteriormente na mesma revista, edição 22, publiquei um amplificador animatrônico, um circuito de amplificador de áudio que permitia que a cabeça animatrônica e outros animatrônico falassem. Outra cabeça falante mecatrônica publicamos em nosso livro Mechatronics for the Evil Genius nos Estados Unidos em 2006, cujo artigo pode ser acessado em MEC584.

 

 


 

 

 

O leitor pode acessar esse amplificador em MEC072 e fazer a montagem com os componentes indicados ou em versões modernas. Na figura 10 uma ilustração para o artigo com os robozinhos de que falamos em nosso artigo sobre os cartunistas do passado desenhados por Paulo Gomes. Muita coisa se fez naquela época e muita coisa ainda pode ser feita para a animação de figuras. Podemos partir desde circuito simples como o que mostramos em nosso artigo “Monte seu animatrônico com apenas dois componentes” e que serve de base para ensino de tecnologia de uma forma divertida, até circuitos intermediários com componentes discretos e finalmente usando microcontroladores e mesmo recursos IoT.

 

 


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Hoje contamos com muitos mais recursos técnicos para este tipo de montagem, como motores com sistemas de redução de todos os tamanhos, motores de passo, solenoides, SMAs (ligas com memória de forma), relés de baixas tensões sensíveis e uma infinidade de placas prontas contendo microcontroladores, circuitos de comunicação, gravadores de estado sólido, o que não era possível há bem poucos anos. Porque não fazer seu vigia animado, conectado à internet que toma conta de sua casa e assusta os intrusos com um circuito de pânico (link para o circuito de pânico). Convidamos os leitores que gostam desse assunto e que pretendem usar os recursos da animação em suas aulas ou mesmo para criar um produto que possa ser comercializado, que naveguem na nossa seção de mecatrônica no site pelo QR Code abaixo.