Em nossos tempos, em que todos os dias recebemos notícias de aparecimentos de novas tecnologias, também somos bombardeados por aproveitadores, inocentes e mesmo pessoas desinformadas crentes que descobriram algo novos, apregoando curas, mensagens de saúde e bem estar e até mesmo mudanças estéticas por equipamentos que fazem uso de algum tipo de radiação produzida por meios eletrônicos. Precisamos ficar atentos, pois algumas dessas mensagens podem trazer perigo, com danos irreversíveis pelos quais sempre os responsáveis podem pagar. Vamos analisar o assunto neste artigo.
Um exemplo que sempre citamos ao tratar do uso de novas tecnologias na cura de doenças é o da radiação atômica. Com a descoberta da radiação e de que o urânio era uma boa fonte das “misteriosas emanações”, espertalhões começaram a vender “xarope de urânio” como remédio que curava tudo.
Com seus carroções carregado de vidros de xarope eles estacionavam nas praças das pequenas cidades americanas e bombardeavam a população com promessas de cura que iam de unha encravada a tosse crônica.
Não se sabe quantas pessoas morreram de leucemia adquirida pela radiação, pois não havia pesquisa na época, mas fica o alerta,
Uma nova descoberta científica, uma tecnologia mal interpretada pode causar muito mais dano do que ela realmente promete de bom, se usada por mãos inábeis ou pessoas espertas que não têm conhecimento algum do assunto. Estamos no século XXI, mas o que foi dito vale ainda hoje.
Percorrendo a internet, vendo anúncios em revistas especializadas, jornais e até mesmo no rádio, notamos o aumento da quantidade de anúncios que oferecem terapias, principalmente estéticas, baseadas em recursos tecnológicos, como cromoterapia, radiação infravermelha, radiação ultravioleta, ondas de rádios, impulsos elétricos, sons, eletricidade estática, ionização ultrassons e até efeitos galvânicos.
É claro que existem muitos efeitos que realmente são comprovados e que estão sendo utilizados de maneira séria por hospitais e clínicas.
No nosso próprio site, na seção de medicina e saúde o leitor pode encontrar alguns projetos práticos (que temos cuidado em verificar sua validade e também que não têm contraindicações) de montagem simples e barata.
Massageadores, aparelhos de estimulação (TENS), geradores de pequenos campos magnéticos e muito mais podem ser montados se o leitor se interessa tanto pelo uso como pela pesquisa.
É interessante notar que muitas empresas, se aproveitando da falta de conhecimento técnico da maioria das pessoas, se aproveitam vendendo por preços exorbitantes aparelhos que no fundo não contém nenhuma tecnologia inovadora, mas simplesmente um circuito simples que todos conhecem e que qualquer técnico ou mesmo amador pode montar.
Mas, também existem os problemas que podem ocorrer quando os efeitos de uma determinada terapia é ainda pouco conhecido. O caso do urânio serve de alerta e podemos citar mais um que é o efeito dos campos magnéticos de baixa frequência.
Nos nossos artigos A Eletrônica que Mata (ART089) e Terapias com Eletricidade e Luz (MA115) exploramos o tema de forma mais específica além de outros e até mesmo em livros para download grátis.
Nele mostramos como os campos de baixa frequência de linhas de transmissão e transformadores, além de certos eletroeletrônicos podem estar associados a casos de leucemia. O assunto é controvertido.
A própria radiação ultravioleta que se apregoa como boa para certos tratamentos, sabemos que é ionizante com efeitos perigosos que podem causar câncer de pele.
Outro caso que nos chamou a atenção é de um tratamento dito “para retirar do corpo substâncias nocivas” em que se coloca os pés numa solução (eletrolítica) e se ligam eletrodos na pessoa onde se aplica tensão. É óbvio que circula uma corrente entre ela e o recipiente onde está a solução e o resultado é uma eletrólise que muda a cor da substância, permitindo que se diga que isso se deve “as impurezas que saem do corpo”.
Aproveita-se do efeito químico da corrente elétrica para se vender a falsa ideia de um tratamento usando tecnologia. Uma melancia colocada na solução com os eletrodos ligados provocaria as mesmas alterações da solução e não vejo que tipo de “substância nociva estaria saindo dela”.
Efeitos paralelos? Pelo que sai ainda não estudado o que ocorre se nosso corpo for submetido a uma alta tensão com a eletrólise de nossos componentes internos. Pelo menos sabemos que um choque intenso mata antes.
Enfim, devemos estar atentos com essas novas terapias. Algumas não apresentam problemas, podendo até ser interessantes, outras são inócuas não tendo qualquer efeito sobre o que se deseja, e finalmente temos aquelas que são perigosas, pois além de não resultar nos efeitos desejados podem causar sérios problemas a quem se submete.