Temos constantemente feito artigos, citações e dado notícias sobre os sensores vivos que existem na natureza e que podem ser aproveitados em projetos biônicos os mais interessantes. Um caso importante que abordamos neste artigo é o do grilo que pode ser usado como termômetro natural, também sendo capaz de detectar mudanças climáticas. Que tal ligar um grilo no seu Arduino para seu próximo projeto ou TCC biônico? É o que veremos neste artigo.
Animais e plantas possuem sentidos desenvolvidos ao longo de milhões de anos pela natureza, capazes de sensoriar tudo o que ocorre no meio ambiente e que é importante para a sua sobrevivência.
Já falamos dos peixes que possuem linhas laterais que são sensores sensíveis de vibrações ou campos elétricos, de plantas que podem perceber mudanças climáticas e de insetos e outros animais que parecem perceber mudanças da tensão mecânica de placas tectônicas prevendo com isso a ocorrência de terremotos.
E existem os sentidos que não conhecemos, mas que suspeitamos estarem presentes em animais. É muito estranho o relato de pessoas que após o tsunami do oceano índico se surpreenderam que não encontraram nenhum cadáver de animal, como se eles tivessem sido alertados e fugido antes.
Uma ideia interessante de sensor animal vem de um pesquisador chamado Amos Dolbear que em 1897 publicou um trabalho relacionando a frequência do canto do grilo com a temperatura ambiente.
O trabalho sugeria que os grilos podiam ser usados como precisos termômetros e até estabeleceu uma fórmula relacionando a temperatura em Farenheit com a frequência do canto do grilo dada abaixo.
Para graus Celsius a fórmula fica:
Uma simplificação para os que desejarem experimentar consiste em contar em contar quantas vezes o grilo canta em 8 segundos e aplicar a fórmula abaixo.
Por exemplo, se o grilo canta 20 vezes em 8 segundos temos então:
Tc = 5 + 20 = 25º C
É claro que a aplicação da fórmula não é precisa. O gráfico dado na figura 1 mostra uma curva estatística obtida num experimento que pode ser feito por estudantes num interessante trabalho de pesquisa.
Alguns pesquisadores sugerem que outras variáveis podem influir no canto do grilo como a umidade do ar e até mudanças climáticas violentas. Há muito ainda por se pesquisar.
E onde o Arduino aparece?
Não existem limites para a aplicações de microcontroladores em projetos os mais diversos. A ideia de um interessante projeto biônico seria justamente a de termos um “termômetro de grilo” que se baseia na frequência do canto do inseto.
Evidentemente, não pretendemos que o leitor prenda um grilo numa gaiola no seu projeto, no entanto, ele pode estar confinado num local apropriado de seu jardim com um pequeno microfone.
Amplificando o canto, podemos processar o sinal obtendo assim pulsos para a contagem. Basta então programar no Arduino o algoritmo que calcule a temperatura e pronto.
O termômetro de grilo estará pronto. Nosso personagem Eltron já fez o dele.