Muitos adeptos do som, ao conversar sobre música costumam fazer confusões com os termos usados na descrição de efeitos ou das características de sons quando não, desconhecem totalmente o termo correto que deve ser usado em cada caso.

Como a música e a eletrônica estão ligadas por um laço bastante estreito, já que não só são eletrônicos os aparelhos usados na reprodução e gravação da música como também encontramos largamente difundidos os instrumentos eletrônicos, tais como órgãos, sintetizadores e "theremins", que resolvemos, neste artigo, abordar as características dos sons, numa lição para os principiantes e também para os veteranos que ainda fazem confusões.

 

FREQUÊNCIA E PERÍODO

O som caracteriza-se por ser um fenômeno periódico. Podemos defini-lo como uma perturbação mecânica que se propaga num meio material e cuja velocidade de propagação depende exclusivamente da natureza do meio e não das características desse som.

Sendo um fenômeno periódico, ou seja, as perturbações ocorrem em intervalos regulares, para um som puro, podemos definir período como sendo o intervalo do tempo entre duas perturbações sucessivas (figura 1).

 

Figura 1
Figura 1

 

 

Para definir frequência partimos justamente do período, dizendo como de qualquer outro fenômeno periódico em Hertz.

Numericamente, a frequência corresponde ao número de perturbações ou vibrações que ocorrem em cada segundo. Um som cujo período seja de 0,05 segundo, a frequência será de 20 Hertz.

Nosso aparelho auditivo só pode perceber sons cujas frequências estejam compreendidas entre limites que variam sensivelmente de pessoa para pessoa, estando, entretanto, a média entre 15 e 15 000 Hz.

 

INTENSIDADE

A segunda característica a ser analisada num som é a sua intensidade. A intensidade de um som está relacionada com a amplitude da perturbação, ou seja, com a energia contida nessa perturbação (figura 2).

 

Figura 2
Figura 2

 

 

Essa intensidade é medida em Decibéis (dB)

Não percebemos da mesma maneira sons de frequência diferentes e da mesma intensidade porque a curva de sensibilidade do ouvido não é linear em função da frequência, ou seja, a sensibilidade do ouvido varia de frequência para frequência.

 

TIMBRE

O timbre está relacionado com o número de perturbações harmônicas constantes de um determinado som. Explicamos melhor.

Se um som for puro, ele constará de perturbações constantes de frequência determinada (o período será o mesmo para cada uma) podendo ser representado por uma senóide (figura 3).

 

Figura 3
Figura 3

 

Nenhuma perturbação suplementar estará presente nesse som. Entretanto, isso não ocorre quando produzimos na prática uma perturbação qualquer, ao tocarmos a corda de um instrumento, por exemplo.

Juntamente com a frequência básica, ou fundamental, são produzidas perturbações de frequências múltiplas da fundamental e que se sobrepõem a ela.

O número dessas perturbações adicionais e sua intensidade relativa determina o que denominamos de timbre do som (figura 4).

 

Figura 4
Figura 4

 

 

É o timbre que nos permite diferenciar a mesma nota musical (mesma frequência) emitida por dois instrumentos diferentes (piano e violino, por exemplo).

 

PORTAMENTO

Poucos conhecem esta característica de sons ou sabem defini-la corretamente. O portamento ocorre quando, durante a emissão de um som contínuo, é feita uma variação de sua frequência.

A nota “muda de frequência" durante a emissão obtendo-se uma espécie de "corrimento". O exemplo mais patente desse efeito é a guitarra havaiana.

 

VIBRATO E TRÉMOLO

O vibrato e o trêmulo, ao contrário do que muitos pensam, não são a mesma coisa, apesar de que os efeitos obtidos são bastante semelhantes.

O vibrato consiste numa variação de baixa frequência da frequência fundamental de um som, em torno de um certo valor.

A profundidade do vibrato é o desvio total da frequência causado pelo sinal.

Normal- mente esta frequência costuma ser de 7 Hz, entretanto, outras frequências também podem ser usadas. (figura 5).

 

Figura 5
Figura 5

 

 

O trêmulo se refere a uma variação de baixa frequência da amplitude ou intensidade do som. A frequência básica usada na obtenção desse efeito também costuma ser de 7 Hz. (figura 6).

 

Figura 6
Figura 6