Você pode imobilizar seu carro, impedindo que alguém dê a partida no motor sob quaisquer condições, usando um pequeno ímã num chaveiro, como nos alarmes convencionais.
Com o mesmo ímã, em outro ponto do carro (que só você sabe) é possível desativar o sistema e sair normalmente com o carro.
O tipo mais comum de alarmes para carro é o que faz uso de um reed-switch escondido junto ao vidro e de um chaveiro com um ímã que serve para ativá-lo (e desativá-lo).
Obs. Este artigo é de 1993. Hoje não mais se usam alarmes deste tipo, mas a ideia de um sistema magnético de inibição de um circuito pode ser aplicada com outras finalidades.
Este alarme, se bem que é eficiente também é caro, e muitos não desejam investir num sistema não sofisticado.
O que propomos é um sistema alternativo, mais barato e que em lugar de ativar alarmes, simplesmente evita que o motor pegue quando se tenta dar a partida.
Saindo do carro, mesmo antes de deixar o veículo ele pode ser acionado pelo imã do chaveiro.
Com o sistema acionado será impossível dar a partida do carro, pois ele não pegará.
Para intimidar o, eventual ladrão, ao ser ativado o sistema mantém aceso um LED de baixo consumo no painel.
CARACTERÍSTICAS
- Tensão de alimentação: 12 V
- Consumo em condição de espera: 10 mA (tip)
- Consumo com o relé ativado: 50 mA
- Tipo de acionamento: reed-switch
A base do circuito é um biestável (flip-flop) com dois SCRs.
Este biestável funciona da seguinte forma: supondo que a alimentação seja ligada, os dois SCRs se mantém desativados pois não há sinal de comporta para seu disparo.
Se aproximarmos um pequeno ímã de X1, este reed-switch fechará seus contactos e com isso haverá o disparo do SCR1 fazendo com que o LED acenda.
Ao mesmo tempo, com a condução de SCR1, os capacitores C1 e C2 carregam-se no sentido de que a armadura negativa fique do lado de SCR1 e a positiva de SCR2, com uma tensão da mesma ordem que a de alimentação, conforme mostra a figura 1.
O relé K1 nestas condições estará desligado com os contactos NF conectando a bobina a terra via um capacitor.
Se o sistema de ignição for solicitado neste momento, a corrente pelo platinado será amortecida pelo capacitor e não haverá indução de tensão para as velas. O carro estará imobilizado.
Nestas condições a comporta do SCR será polarizada no sentido de haver seu disparo.
Com isso, a armadura positiva do capacitor será ligada à terra e ocorrerá a sua descarga com uma corrente no sentido mostrado pela figura 2.
Esta descarga significa também colocar por um instante o anodo e o catodo de SCR1 em curto, o que faz com que a tensão de manutenção desse componente caia.
O SCR1 desliga ao mesmo tempo e apaga o LED.
O relé que está conectado como carga de SCR2 fecha seus contactos liberando C3 do sistema de ignição.
Se a partida for dada agora, o veículo funcionará normalmente.
Para voltar à condição inicial de inibição do carro, basta aproximar novamente o ímã de X1.
SCR1 é disparado e com isso, o capacitor C1/C2 que havia se carregado com polaridade inversa à da situação inicial, é novamente colocado em curto.
O LED acende e o relé novamente é liberado para inibir o sistema de ignição do carro.
Veja que na condição de imobilização o relé permanece consumindo uma corrente da ordem de 45 mA.
Esta corrente não é suficiente para gastar a bateria em várias horas.
No entanto, se o veículo tiver de ficar com o sistema ativado muito tempo isso já pode ser significativo.
Recomendamos, pois, que o sistema seja usado apenas para proteger o veículo quando o estacionarmos na rua ou em outro lugar e ficamos afastados dele por poucas horas apenas.
Na figura 3 temos o diagrama completo do aparelho.
A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 4.
Os SCRs não precisam de radiadores de calor pois a corrente drenada pelo circuito é muito baixa.
Da mesma forma a corrente nos contatos do relé é pequena, podendo ser usado um relé de 12 V x 50 mA.
X1 e X2 devem ficar escondidos em um ponto acessível do carro para ativação e desativação do sistema.
Para obtermos um capacitor despolarizando ligamos C1 e C2 (eletrolíticos) invertidos.
O fusível é importante para proteger o circuito elétrico do carro de algum problema de funcionamento.
A prova de funcionamento pode ser feita ligando-se o circuito a uma fonte de 12 V.
Aproximando um pequeno ímã alternadamente de X1 e X2 deve acender o LED e ativar o relé alternadamente.
Comprovado o funcionamento, devemos pensar na instalação da alimentação no carro, conforme mostra a figura 5.
Os reeds podem ficar sob o painel ou junto ao vidro mas em local oculto.
Estes reeds devem ficar de tal forma que suas lâminas, para se fechar, o façam movimentando-se na horizontal, conforme a figura 6.
Se ficarmos na posição vertical, o veículo ao passar por algum buraco ou ondulação mais acentuada da pista pode provocar o acionamento errático do sistema, inibindo o funcionamento do motor.
Feita a instalação e comprovado o funcionamento, o leitor deve fixar no seu chaveiro um pequeno ímã que pode ser obtido de motores de brinquedos, alto-falantes danificados ou mesmo de chaves magnéticas de alarmes.
Depois é só usar o aparelho: para imobilizar o veículo passe o imã no reed correspondente fazendo o LED acender.
Para desativar o sistema passe o ímã sobre o outro reed.
Semicondutores:
SCR1, SCR2 - TlC106 ou equivalente para qualquer tensão
D1 - 1N4148 ou equivalente
Resistores: (1/8 W, 5%)
R1 - 2,2 k ohms
R2, R4 - 47 k ohms
R3, R5 - 10 k ohms
Capacitores: (eletrolíticos para 16 V)
C1, C2 - 47 uF
C3, C4 - 100 uF
Diversos:
K1 – Relé de 12 V x 50 mA
F1 - 1 A - fusível
X1, X2 - Reed-switches NA