No nosso site o leitor encontrará uma grande quantidade de artigos tratando do multímetro, desde o seu funcionamento, utilização e até mesmo circuitos práticos para melhorar seu desempenho. Este é mais de um de nossos artigos sobre o assunto. Ele foi publicado na década de 80, num livro em que tratamos do Básico Sobre o Rádio e que está disponível completo na nossa seção de downloads grátis.

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A reparação de rádios ou a verificação do estado de componentes isolados pode ser bastante facilitada com a ajuda de instrumentos de medida e prova de eletrônicos.

Existem diversos tipos de aparelhos que se destinam as mais diferentes provas os quais podem ser encontrados nas oficinas.

Entretanto, tais instrumentos são caros e nem todos os técnicos podem dispor todos, principalmente se estiverem no começo de carreira, pretenderem praticar eletrônica de modo amador ou ainda se apenas desejarem consertar seus próprios rádios ou montá-los.

O instrumento básico que recomendamos ao nosso leitor serve para muitas finalidades pois ao mesmo tempo que prova componentes também serve para fazer medidas nos próprios rádios possibilitando assim a localização de defeitos.

Se corretamente usado em todas as suas possibilidades este instrumento será de enorme utilidade para o técnico que pode inclusive profissionalizar-se apenas com a sua ajuda.

E, para facilitar existem no comércio muitos tipos deste instrumento o que significa que existe a possibilidade do leitor encontrar um que custe exatamente o que se pretende gastar.

O instrumento de que falamos é o multímetro ou VOM como também é conhecido e que passamos a descrever no próximo item.

 

O multímetro ou VOM

O multímetro, multiteste ou VOM (Volt-Ohm-Miliamperimetro) é um instrumento de medidas elétricas que pode medir tensões (volts); resistências (ohms) e correntes (miliampères).

Com a medida destas três grandezas pode-se com facilidade determinar o estado de circuitos ou componentes e com isso realizar-se a reparação tanto de rádios transistorizados como de rádios que utilizam válvulas.

O multímetro analógico típico tem seu aspecto mostrado na figura 1 sendo dotado de um mostrador de bobina móvel em que um ponteiro percorre diversas escalas as quais devem ser lidas conforme a medida que está sendo feito, e um botão seletor que determina de que modo o instrumento está sendo usado, ou seja, se está medindo corrente, resistência ou tensão.

 

Figura 1
Figura 1

 

Em alguns tipos, em lugar do botão seletor, as pontas de prova são encaixadas em diversos orifícios cuja escolha determina a medida que o instrumento está realizando.

A parte mais delicada do multímetro é justamente o instrumento de bobina móvel que pode facilmente danificar-se de levar batidas ou se cair, ou então se sofrer sobrecargas elétricas.

É por este motivo que o técnico deve ter cuidado especial não só no seu transporte e manuseio como também na realização das medidas para que não haja nunca excesso de corrente circulando pelo mesmo.

A utilização do multímetro nas medidas obedece, portanto, a certos procedimentos básicos que devem ser rigorosamente obedecidos não só para se garantir a integridade da peça ou rádio que está sendo provado como também do próprio instrumento.

A escolha de um multímetro para sua oficina envolve muitos pontos de análises sendo o primeiro, evidentemente, a disponibilidade de capital que o leitor tenha para a sua compra.

Os multímetros têm como primeira especificação técnica e, portanto, fator que deve ser analisado a sensibilidade que indica de que modo ele pode medir com precisão as grandezas que queremos. Esta precisão é marcada em ohm por volt (ohms/V) e vem normalmente marcada na própria escala do instrumento.

Existem então diversas faixas de sensibilidade que indicam a diferença entre um instrumento barato para o estudante, um instrumento bom e um instrumento excelente para o profissional.

Um instrumento de baixo custo para o estudante ou amador terá sensibilidades na faixa dos 1 000 aos 5 000 ohms por volt, enquanto que um instrumento melhor para o amador ou o técnico iniciante já deve ter sensibilidades na faixa dos 10 000 aos 50 000 ohms por volt e um instrumento considerado de grande qualidade para o profissional avançado terá sensibilidade de 100 000 ohms por volt ou maior.

Nota: hoje os digitais são bastante acessíveis ao técnico.

 

O segundo fator importante que deve ser observado na escolha de um multímetro é o número de escalas que o mesmo possua, ou seja, a faixa de tensões, correntes e resistências que podem ser medidas e em alguns casos até outras grandezas adicionais.

Nos multímetros com chaves seletoras este número de escalas e dado pelo número de posições desta chave e nos que possuem encaixes pelo número de encaixes para as pontas de prova.

Os multímetros de baixo custo de sensibilidade entre 1 000 e 5 000 ohms por volt têm normalmente 2 escalas de resistências que vão de 0 à 10 000 000 de ohms 3 escalas de tensões contínuas com limites em 1,5, 15 e 150 V (alguns com uma escala adicional de 1 000 V); três escalas de tensões alternadas e uma escala de correntes de 150 mA. Estes valores indicam, portanto, os valores máximos de corrente, tensão e resistência que o instrumento pode medir.

Para os multímetros da faixa média com sensibilidade entre 10.000 e 50.000 ohms por volt, podemos ter 4 ou 5 escalas de resistências, 4 ou 5 faixas de tensões contínuas e alternantes e pelo menos 3 faixas de correntes.

Os multímetros do tipo profissional terão evidentemente maior número de escalas.

 

Como usar o multímetro

A utilização do multímetro na prova de componentes e circuitos, como vimos deve ser feita com cuidado seguindo diversas normas para que o aparelho não venha danificar-se. Daremos a seguir alguns procedimentos para a utilização deste instrumentos.

a) medida de resistências: para medir uma resistência isoladamente, ou seja, fora do circuito, basta encostar as pontas de prova do instrumento nos seus extremos, como mostra a figura 2 e escolher uma escala que dê uma leitura no meio da mesma. A leitura de aproximadamente meio de escala multiplicada em valor pelo fator multiplicado no seletor permite a maior precisão possível.

 

Figura 2
Figura 2

 

Por exemplo, se a agulha estiver na posição correspondente a 4,7 da escala e o seletor na posição X 100 a resistência lida será de 4,7 x 100 470 ohms.

Para medir uma resistência no circuito o leitor deve levar em conta o seguinte: sempre deve estar o aparelho em que está a resistência com sua alimentação desligada.

A resistência medida deve ser obrigatoriamente igual ou maior a resistência que se espera do componente. Se isso não acontecer o componente possivelmente estará aberto. A resistência menor deve-se a presença de outras peças no circuito que também são percorridas pela corrente do instrumento.

Antes de cada medida o instrumento deve ser “zerado”, ou seja, devemos unir as pontas de prova e ajustar a zero adj para que a agulha marque uma resistência nula.

b) medida de tensões: se a tensão a ser medida for contínua coloque a chave seletora na faixa correspondente. Se tiver dúvidas quanto a ordem de grandeza da tensão que vai encontrar num circuito comece pelo valor mais alto do instrumento para que o mesmo não sofra sobrecarga e depois vá reduzindo a sua sensibilidade passando para escalas mais baixas até obter uma leitura na faixa central da escala onde se tem maior sensibilidade e precisão.

Na medida de tensões contínuas obedeça a polaridade das pontas de prova. A ponta de prova preta normalmente é ligada ao chassi do aparelho ou ao polo negativo da fonte de alimentação nos rádios transistorizado que é o ponto tomado como referência.

Na medida de tensões alternadas não é preciso observar a polaridade, ou seja, as cores das pontas de prova.

Na figura 3 temos um exemplo de como pode ser medida a tensão que aparece num componente de um circuito com a ajuda de um multímetro.

 

Figura 3
Figura 3

 

c) Medida de corrente: em primeiro lugar escolha uma escala de corrente que permita medir a intensidade desejada. Se tiver dúvidas quanto a intensidade que vai encontrar num circuito comece pela escala mais alta.

A seguir, intercale o instrumento no circuito em que circula a corrente, interrompendo-o como mostra a figura 4. Obedeça a polaridade das pontas de prova para realizar esta medida.

 

Figura 4
Figura 4

 

Vá mudando de escala até obter uma leitura na região central da mesma.

Observação: nunca meça a corrente de fontes de alimentação ou da tomada pois estas não tem corrente a medir. A corrente será dada pelo aparelho ligado e o medidor no caso corresponde a uma resistência nula. O resultado será sempre a queima imediata do instrumento.

 

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