Os reed-switches ou interruptores de lâminas consistem em dispositivos formados por um bulbo de vidro no interior do qual existem lâminas flexíveis feitas de materiais que podem sofrer a ação de campos magnéticos.

O bulbo de vidro é cheio com um gás inerte de modo a evitar a ação corrosiva do ar sobre as lâminas, o que afetaria o contacto elétrico em pouco tempo. Na sua versão mais simples temos duas lâminas, montadas conforme mostra a figura 1.

 


 

 

Nas condições normais, as lâminas estão separadas e nenhuma corrente pode circular através do componente. Ele opera como uma chave aberta.

Aproximando um imã permanente do dispositivo, conforme mostra a figura 2, a ação do campo magnético faz com que as lâminas se magnetizem e com isso se atraiam, unindo-se. Nestas condições o contacto elétrico é fechado.

 


 

 

Em outras palavras, o reed switch abre e fecha seus contactos conforme a ação de um campo magnético externo.

É importante observar que para termos uma ação apropriada das lâminas fechando os contactos o campo magnético precisa ser corretamente orientado.

Se o campo não magnetizar as lâminas de modo que elas se atraiam, não há a atuação da chave.

Além do tipo básico com duas lâminas, podemos encontrar reed-switches que funcionam como chaves reversíveis. Assim, no tipo mostrado na figura 3 a ação é de uma chave de 1 pólo x 2 posições.

 


 

 

Quando não há campo magnético externo atuando sobre o dispositivo, o contacto C (comum) permanece ligado ao NF (normalmente fechado), como num relé.

Quando aplicamos um campo magnético, as lâminas se magnetizam e o movimento do contacto C é no sentido de encostar no contacto NA (normalmente aberto). Temos então a comutação do circuito externo.

 

Como Usar um Reed-Switch

Os reed-swtiches comuns são dispositivos de baixa corrente. Os tipos comuns são especificados para controlar correntes que não vão muito além dos 200 mA.

Assim, nunca devemos usar esses componentes para controlar diretamente cargas de maior potência, tais como motores, solenóides, lâmpadas cujas correntes sejam maiores do que os valores indicados.

Para controlar uma carga maior temos duas possibilidades que são mostradas na figura 4.

 


 

 

Numa delas, usamos o reed-switch para controlar um relés cujos contactos possam suportar a corrente drenada pela carga que deve ser controlada.

Na outra usamos o reed-switch para comutar um transistor ou outro semicondutor que tem a carga controlada no seu coletor.

O resistor de polarização do componente determina a corrente através do reed-switch.

As tensões máximas que esse componente suporta quando os contactos estão abertos também não é das mais elevadas.

Normalmente eles não devem ser usados com tensões acima de uns 50 V tipicamente.

Para valores maiores, as especificações do componente devem ser consultadas.

Finalmente, o reed-switch é um componente que tem uma velocidade de resposta relativamente alta. Podemos usá-lo para abrir e fechar os contactos rapidamente pela passagem de um campo magnético rápido.

Isso permite que ele seja usado como sensor de rotações ou de movimento, conforme mostra a figura 5.

 


 

 

A cada volta do volante, o pequeno imã passa diante do reed switch acionando.

Com isso é produzido um pulso que vai para um contador de revoluções. Até mais de 100 voltas por segundo podem ser contadas com um sensor deste tipo.

 

Aplicações Práticas

Podemos usar os reed-switches em diversos circuitos interessantes para aplicações em mecatrônica. Vamos dar exemplos:

 

a) Reed relé

Enrolando fio esmaltado em torno de um reed-switch de modo a formar uma bobina podemos elaborar um sensível relé, conforme mostra a figura 6.

 


 

 

A sensibilidade do relé vai depender do número de espiras. Para termos um relé sensível de 6 V, por exemplo, sugerimos enrolar pelo menos 500 voltas de fio esmaltado fino (32 ou 34 AWG).

Esse relé pode ser acionado por circuitos sensíveis de sensores, como o mostrado na figura 7, com a vantagem de isolar o circuito de acionamento do circuito acionado.

 


 

 

Apenas lembramos que a carga controlada não deve consumir mais do que uns 200 mA, se for usado um reed-switch comum de baixa corrente.

 

b) Sensor de corrente

Enrolando algumas voltas de fio grosso (24 a 28 AWG) em torno de um reed-switch, conforme mostra a figura 8, temos um sensor de corrente.

 


 

 

Esse sensor pode ser usado para disparar um sistema de segurança quando a corrente numa carga (um motor, por exemplo) ultrapassa certo valor.

A corrente de acionamento do número de voltas da bobina, além da sensibilidade do reed-switch usado.

O leitor deve obter o número de voltas da bobina experimentalmente em função da corrente que deve ser detectada.

 

c) Sensor de proximidade

Para detectar a aproximação de um objeto ou mesmo um movimento, basta usar um reed-switch e um imã, conforme mostra a figura 9.

 


 

 

A distância em que ocorre o disparo depende tanto a força do imã como da sensibilidade do reed-switch. Veja que este circuito pode ser usado para fazer a detecção através de objetos não metálicos.

Podemos usar esta configuração para detectar a passagem de um robô por um determinado local, ou ainda para fazer o seu acionamento com uma chave secreta.

 

d) Sensor de posição

Dois ou mais reed-switches podem ser usados para sensoriar a posição de um objeto que gira.Um pequeno imã é preso ao objeto para fazer o acionamento dos reed-switches nas posições indicadas.

 

e) Chave comutadora

Uma chave comutadora pode ser elaborada com base num conjunto de reed-switches e um imã preso ao comando, conforme mostra a figura 10.

 


 

 

A grande vantagem desta chave é que o imã preso ao cursor pode ficar de um lado de um painel de material isolante e os reed-switches do outro lado.

 

f) Contador de rotações

Finalmente temos um circuito que produz pulsos de duração constante a partir da passagem de um imã diante de um reed-switch.

Esse circuito, mostrado na figura 11, pode ser usado como base para um contador de rotações ou ainda um velocímetro.

 


 

 

A freqüência dos pulsos do circuito é dada pela rotação do objeto. Podemos integrar esses pulsos e obter uma tensão proporcional para indicação num instrumento comum, como um miliamperímetro.

A saída deste circuito é compatível tanto com lógica TTL como também CMOS.

 

Ver também:

* Relés

* Imãs