Fusíveis são dispositivos protetores os quais são utilizados para evitar que, em caso de curto-circuito ou sobrecargas um circuito venha sofrer danos.
Basicamente um fusível funciona como o "elo mais fraco de uma corrente" arrebentando quando a corrente elétrica no circuito ultrapassa certo limite.
Os fusíveis comuns usados em eletricidade e eletrônica constam então de um pedaço de fio mais fino ou de menor ponto de fusão que o restante do circuito sendo ligados em série com o mesmo (figura 1).
Quando a corrente no circuito ultrapassa certo valor, determinado pelas características do fusível, o fio rompe-se interrompendo sua circulação e evitando assim que danos possam ocorrer.
Os fusíveis devem portanto ser ligados em série com os circuitos que protegem.
Os fusíveis comuns usados nas instalações elétricas domiciliares podem ser do tipo rosca ou cartucho, dependendo da intensidade da corrente do circuito e de seu uso.
Os primeiros são formados por uma base de porcelana existindo em seu interior um pequeno pedaço de fio de estanho-chumbo cuja espessura e comprimento determinam a corrente em que ocorre o seu rompimento.
Os de cartucho são formados por um tubo de papelão no interior do qual existe um fio cujas características determinam a corrente em que deve ocorrer o seu rompimento.
Estes são, em alguns casos cheios de areia, com a finalidade de se evitar um efeito "explosivo) que possa danificar o invólucro em caso de queima. Na figura 2 temos os aspectos mais comuns dos dois tipos de fusíveis que citamos.
Para as aplicações em aparelhos eletrônicos, onde as corrente normalmente são menores do que nas instalações domiciliares, os fusíveis mais comuns são os montados em um tubo de vidro com contactos metálicos nas extremidades e no interior do qual, interligando os contactos existe um fio fino cuja espessura determina a corrente de rompimento ( figura 3).
Os fusíveis são especificados por uma corrente, que é a corrente em que ocorre sua queima.
Veja o leitor que a corrente de rompimento de um fusível independente da tensão dentro de uma faixa de valores determinada pelo fabricante.
Assim, um fusível de 2 A rompe-se com uma corrente de 2 A quer esteja ligado a um circuito de 12 V, 110 V ou 220 V.
A tensão máxima especificada no invólucro do fusível existe porque acima desta, após a queima do fusível existe o perigo de ocorrer o faiscamento entre seus elementos.
Numa instalação domiciliar, por exemplo, um fusível especificado por 20 A x 250 V pode ser usado tanto para proteger o circuito de 110 V das lâmpadas e tomadas como o circuito de 220 V do chuveiro, pois a corrente em que ocorre o seu rompimento em qualquer dos casos é de 20 A.
Na escolha de um fusível deve-se ter em mente a corrente máxima que circula no circuito de saída em caso de curto-circuito nos cabos de ligação das caixas acústicas.
Nas placas de circuito impresso de televisores podem também ser usados resistores como fusíveis. Uma sobre-carga queima o componente interrompendo a corrente.
Na figura 4 temos um "jumper" usado como fusível numa placa de circuito impresso e ao seu lado um resistor de fio montado num sistema de suspensão de mola que desliga-o quando a corrente ultrapassa certo valor. Esse tipo de proteção denomina-se "fusistor".
Os fusíveis do tipo rosca ou cartucho para instalação domiciliares são encontrados na faixa de altas correntes, a partir de 5 A até mais de 100 A, enquanto que os fusíveis tubulares para eletrônica são fabricados na faixa de baixas correntes, a partir dos 50 mA até alguns ampères.
Conhecendo-se a corrente máxima que pode circular por um condutor de cobre ou outro metal pode-se improvisar com o mesmo um fusível. Veja em "condutores" como isso pode ser feito.
Como provar
De todos os componentes eletrônicos, os fusíveis são os que apresentam maior facilidade de prova. Um fusível em bom estado deve apresentar continuidade, isto é, deve conduzir normalmente a corrente apresentando um mínimo de resistência.
Veja que em muitos casos, simplesmente "olhar" o fusível para ver se o fio está ou não interrompido em seu interior não permite estabelecer seguramente se ele está ou não queimado.
Nos fusíveis de rosca, principalmente, a queima pode se resumir em certos casos ao simples "descolamento" do fio na sua parte inferior o que visualmente não pode ser detectado.
Para a prova, qualquer multímetro, lâmpada de série ou provador de continuidade pode ser usado.
Com o multímetro, basta encostar suas pontas de prova nos extremos do fusível suspeito, devendo ser lida uma resistência nula (o multímetro deve estar na sua escala mais baixa de resistências Ω x1 ou x10).
Com o provador de continuidade, conforme mostra a figura 5 basta encostar suas pontas de prova no componente havendo então indicação de circulação de corrente.
Uma outra maneira de se fazer a prova é pela troca provisória de um fusível suspeito por outro bom, que esteja funcionando em outro aparelho.
Atenção: de nada adianta substituir o fusível num circuito se a causa de sua queima não for localizada e eliminada. Se um fusível queima é porque "algo vai mal" num aparelho.
Para substituir o fusível é muito simples: basta usar em seu lugar outro que tenha as mesmas especificações de corrente, mas importante:
"Só faça a troca do fusível depois de descobrir e eliminar a causa da sua queima".
Os fusíveis nunca se queimam sem motivos. Se você fizer sua troca sem remover a causa de sua queima, o novo fusível também se queimará.
Obs.: nunca faça uma ligação direta de um circuito que use fusível empregando moedas, pedaços de papel-alumínio pois isso elimina a proteção do circuito, que em caso de problemas pode causar um dano muito maior do que você imagina.
Nunca coloque um fusível de corrente maior se o fusível do valor indicado teimar em queimar. O fusível maior não protegerá os componentes do circuito e serão eles que queimarão.
Ver também:
* Curto-circuito
* Corrente elétrica