Não sei se o termo incomum cabe em alguma coisa que envolva tecnologia. O que pode parecer incomum hoje, pode ser absolutamente comum no futuro, como já ocorre com muitas coisas. E, se existe um campo da tecnologia eletrônica em que isso se aplica de uma forma muito intensa, ele é o das aplicações para os LEDs. Neste artigo, exploramos o assunto, sempre lembrando que ele pode ser incomum hoje, mas no futuro pode nem despertar a nossa atenção.
O barateamento da tecnologia dos LEDs que podem ser encontrados em todas as cores possíveis, ou combinados, gerando qualquer cor, com grande intensidade de emissão assim como para radiações que estão fora do espectro visível abre um campo de utilizações para estes componentes nunca antes imaginados.
LEDs de todos os tipos, tamanhos, espectros de emissão e intensidade hoje podem ser encontrados nos fornecedores do mundo inteiro, abrindo possibilidades imensas para quem deseja criar um produto baseado em luz.
A ideia básica dos primeiros LEDs, pequenos, fracos e caros era apenas de uma fonte de luz para sinalização, sendo usados em painéis de aparelhos, interruptores, aviso de eletroeletrônicos, etc.
Tivemos, a seguir, a evolução para os tipos de alta potência cujo objetivo básico era substituir as lâmpadas comuns incandescentes, a gás ou de outros tipos em iluminação e decoração.
Mas, as aplicações neste campo não ficaram limitadas a um pequeno conjunto de novas ideias e a inovação entrou em jogo, com a imaginação dos projetistas criando coisas que mal podemos crer.
A chegada da IoT e dos wearables, com aplicações nos mais diversos campos de atividade como no agronegócio, geologia, medicina, aeronáutica, energia alternativa, etc. Vamos dar alguns exemplos.
Laboratórios
Uma característica importante dos LEDs que os torna especialmente importantes para aplicações em pesquisa é o fato de poderem produzir luz num estreito espectro de frequências.
Com isso equipamentos específicos de análise, para experimentos e mesmo para procedimentos químicos podem ser desenvolvidos. Equipamentos de foto-oxidação, por exemplo, podem ser desenvolvido com a emissão de comprimentos de onda específicos para uma aplicação.
Estudos de comportamento de seres vivos diante da emissão de determinados comprimentos de onda, que não se limitam ao espectro visível, podem utilizar a radiação produzida por LEDs.
Culturas experimentais podem ser feitas sob iluminação de LEDs de comprimentos de onda específicos. Num laboratório de botânica, os LEDs podem ocupar um espaço importante nos experimentos, incluindo hoje a disponibilidade dos LEDs para as hortas verticais.
Um campo importante que apresenta certos conflitos de interpretação e que, por esse motivo, não é totalmente aceito em alguns dos procedimentos oferecidos em sites da internet e por pessoas que, em muitos casos, não possuem habilitação para isso.
Sabemos que os diversos comprimentos de onda emitidos pelos LEDs possuem características específicas e comportamentos específicos. De fato, isso faz com que certos corpos absorvam ou não determinados comprimentos de onda.
Também associamos a cada comprimento de onda uma certa quantidade de energia em seu quantum, ou seja, na unidade em que a luz pode ser dividida. Existe, portanto, para os comprimentos de onda menores maior quantidade de energia associadas e, portanto, maior capacidade de romper ligações químicas entre átomos.
Isso nos permite separar as radiações da parte visível do espectro e de suas adjacências em setores em que temos radiações não ionizantes e radiações ionizantes.
As radiações ionizantes, como o ultravioleta, podem então ser responsáveis por reações capazes de romper as ligações entre os átomos dos seres vivos, sendo por isso perigosas. Da mesma forma, uma radiação que tenha um comprimento de onda menor como o violeta, pode agir de maneira efetiva num determinado tipo de tratamento, o que não ocorre com a radiação vermelha.
Ainda há muito o que estudar de modo que os produtos que usam LEDs e que apregoam curvas devem ainda ser analisados com cuidado, pois não existe uma comprovação total, no entanto, existem outros em que já se tem uma documentação oficial.
No entanto, desta área, diversos novos produtos podem ser desenvolvidos à medida que novas descobertas forem anunciadas. O importante é que o desenvolvedor fique atento.
Geologia e campos aproximados
Dois fenômenos importantes que ocorrem com determinados materiais e que podem ser aproveitados no desenvolvimento de produtos e aplicações com LEDs são a fluorescências a fosforescência.
A fosforescência ocorre quando um corpo recebe luz, absorve sua energia e depois a entrega de forma gradual, continuando a emitir luz, mesmo depois que a fonte excitadora desaparece.
É o caso de interruptores de luz que ficam brilhando no escuro, mesmo depois que a luz é apagada, emitindo luz por um certo tempo.
A fluorescência, por outro, lado ocorre quando um corpo recebe luz e a reemite, eventualmente em outro comprimento de onda, mas deixa de fazer isso quando a fonte é cortada.
Em aplicações geológicas, por exemplo, pode-se pesquisar determinados materiais por sua fluorescência e mesmo fosforescência. Utiliza-se por exemplo, a radiação ultravioleta para iluminar uma amostra de modo que a presença de determinados minerais os leve a brilhar sob a radiação.
Publicamos num artigo antigo um pesquisador ultravioleta, usando na época uma lâmpada fluorescente ultravioleta. Hoje, ele poderia ser montado com facilidade usando LEDs ultravioleta.
Veja no artigo como ele funciona.
Numa versão semelhante, LEDs ultravioleta, pela sua ação penetrante podem ser usados num esterilizador de superfícies.
Observe que neste caso a luz emitida ocupa uma certa faixa do espectro ultravioleta. Existe ainda muito a pesquisar no sentido de que se descubra, por exemplo, determinados minérios respondam a comprimentos de onda específicos e assim ser desenvolvido um dispositivo capaz de identificá-los.
Decoração, recreação, fitness, brinquedos, vestíveis e outros usos
Encontramos na internet uma infinidade de sugestões para uso de LEDs em aplicações recreativas.
A possibilidade de alimentarmos LEDs com baterias pequenas em circuitos que podem fazê-los piscar ou mudar de cor, leva a uma infinidade de objetos novos dotados de luz.
Os decoradores têm sabido aproveitar esses recursos de uma forma intensa como, por exemplo, fitas de LEDs que mudam de cores em painéis de camas, armários, cabeceiras de camas, etc. Até mesmo móveis e acessórios podem fazer uso de LEDs como o banco de jardim iluminado que mostramos na figura 3.
Encontramos assentos de toaletes, papéis de parede, pias de lavabos e banheiros, vasos de plantas e até coleiras para os pets de estimação com LEDs.
Roupas, adereços, cintos, bonés e até mesmo sapatos e botas podem usar LEDs e as possibilidades são cada vez maiores pois os modos de uso estão avançados.
Recentemente uma empresa anunciou um tecido que já possui os LEDs integrados, bastando configurar seu modo de ligação e os efeitos luminosos desejados.
As imagens a seguir mostram alguns dos usos incomuns dos LEDs, mostrando que não há limite para o que pode ser feito.