A principal utilização dos dispositivos de sinalização é a transmissão de mensagens claras. No entanto, em condições industriais (e não apenas), existem muitas situações que exigem soluções mais complexas. Então, o que é que deve ser considerado em primeiro lugar?
A resposta à pergunta anterior é simples: segurança. Independentemente do contexto, a função da sinalização é informar os operadores e os transeuntes da presença de um perigo específico ou de uma condição que exija cuidados especiais.
Praticamente todos os locais de trabalho, incluindo escritórios, têm um sistema de sinalização luminosa e sonora. Muitas vezes não nos apercebemos da sua presença, mas é, por exemplo, um elemento indispensável de um sistema de proteção contra incêndios. O alarme de incêndio utiliza luzes e sirenes como muitos outros sistemas de aviso em fábricas, parques de máquinas e infraestruturas urbanas. O mesmo se aplica às instalações antirroubo, portanto, vejamos quais são as soluções e para que fins são utilizadas no âmbito do conceito geral de "sinalização”.
REGULAMENTAÇÃO LEGAL E BOAS PRÁTICAS
Em primeiro lugar, deve ter-se em conta que a maior parte dos regulamentos relativos à sinalização na indústria e nos locais de trabalho são definidos a nível regional, normalmente no âmbito dos Regulamentos sobre Higiene e Segurança no Trabalho, regulamentação referente a incêndios, etc. As diretrizes das autoridades competentes devem ser sempre tidas em conta durante qualquer instalação. Por conseguinte, os dispositivos de sinalização fornecidos por fabricantes mundiais dão frequentemente ao comprador a oportunidade de modificar e adaptar o produto às necessidades locais (mudar a cor da luz, definir o volume e o som da sirene etc.).
Prestemos atenção a vários aspetos que devem ser sempre tidos em conta na concepção e instalação de instalações de sinalização:
• Toda e qualquer sinalização deve ser nitidamente visível e audível e, na medida do possível, inequívoca.
• Qualquer situação que represente um perigo para a saúde ou para a vida deve ser sinalizada da mesma forma que é habitualmente utilizada para as marcações das zonas de perigo.
• A intensidade da sinalização deve ter em conta as condições ambientais e a especificidade do local de trabalho. Nos espaços onde há ruído de máquinas pesadas e os trabalhadores devem usar proteção auditiva, o alarme deve ser mais potente. Da mesma forma: os sinais luminosos que devem chegar a um técnico que está trabalhando, por exemplo, com uma máscara de soldadura, devem ser caracterizados por uma intensidade mais elevada.
• Muitas vezes, o fornecimento de uma sinalização está associado a uma avaria ou a uma emergência, pelo que a alimentação e o controle dos sinais devem ser condicionados, mas independentes do funcionamento do sistema/máquina com o qual interagem - isto aplica-se especialmente a linhas transporte ou de produção em fábricas e armazéns.
• As instalações de sinalização devem ser inspecionadas e mantidas regularmente.
• Os regulamentos mudam, os edifícios são renovados e as máquinas são modernizadas - é essencial ter em conta a escalabilidade do sistema de sinalização na fase de elaboração do projeto.
Todas as empresas devem esforçar-se por desenvolver normas e procedimentos uniformes e claros no domínio da marcação e da sinalização. É preferível que sejam intuitivos ou, pelo menos, universais (como os semáforos). Na prática, nem sempre é possível conseguir isto, mas os pressupostos devem ter sempre em conta a simplicidade, o que também resultará numa implementação mais rápida dos novos funcionários.
DISTRIBUIÇÃO DE SINALIZADORES E CASOS ESPECIAIS
A principal classificação em termos de sinalização inclui a diferenciação entre unidades óticas (luz) e acústicas (som), apesar de, dentro desta categoria, também existir uma outra taxonomia que tem em conta soluções construtivas.
Aspetos técnicos
Convém referir, neste ponto, que existem vários parâmetros técnicos para se levar em conta, independentemente do tipo de dispositivo de sinalização utilizado. Trata-se, por exemplo, de características elétricas: fonte de alimentação (e tensão) e método de comando. Os sinais podem ser ativados imediatamente após a ativação ou exigir a alimentação de um sinal separado. Noutros casos (por exemplo, algumas colunas de sinalização), o funcionamento do dispositivo é controlado por impulsos ou protocolos digitais.
O segundo aspeto é a classe de proteção (estanqueidade) dos produtos utilizados. Para a maioria dos artigos este indicador resulta em IP65 ou IP66, o que significa uma total estanqueidade a poeiras e resistência a respingos e mesmo a água sob pressão (na prática: o módulo pode ser limpo com uma máquina de lavar). A tolerância térmica dos produtos também é importante, especialmente no caso de ambientes de trabalho extremos (por exemplo, na indústria metalúrgica ou em câmaras frigoríficas).
Sinalização acústica
Os sinalizadores acústicos transmitem um sinal através da emissão de um som num tom e volume específicos. Estes dois parâmetros dependem indiretamente do tipo de elemento utilizado num determinado dispositivo: pode ser um transdutor piezoelétrico ou um altofalante, mas também uma campainha. Uma vez que muitos produtos disponíveis no mercado são construídos a partir de componentes eletrônicos, o cliente tem a opção de escolher definições iniciais da intensidade do sinal e do tipo de sinal, o que permite unificar os sistemas de alerta e alarme em toda a empresa.
O volume sonoro normal que pode ser produzido pela maioria dos sinais acústicos é igual ou superior a 100 dB, o que garante uma boa audibilidade da comunicação, mesmo num ambiente ruidoso da sala de produção. Em casos extremos, é permitido utilizar sinais até 120 dB, mas deve ter-se em atenção que um dispositivo que emita som a este nível deve ser colocado numa posição privilegiada (por exemplo, a uma altura segura) – a emissão de um sinal de tal intensidade perto do ouvido pode danificar a audição.
Alertas de voz
Uma variante de alarme acústico utilizada com relativa frequência e que merece ser assinalada é a dos sinalizadores de voz. Não se trata de uma descrição totalmente precisa, uma vez que, de facto, não se destinam necessariamente a reproduzir a voz humana, embora sejam normalmente utilizados para esse fim. A sua utilização permite-lhes transmitir mensagens mais complexas, por exemplo, para encaminhar as pessoas que permanecem num determinado espaço para a saída adequada durante uma evacuação. A mensagem é preparada sob a forma de uma gravação digital (arquivo MP3), colocada no emissor (normalmente através de um cartão de memória) e reproduzida pelos altofalantes após a ativação. Alguns produtos são fornecidos com gravações preparadas e efetuadas por profissionais.
Dispositivos de sinalização visual e visual/acústica
A sinalização visual é rigorosamente codificada por regulamentos legais que especificam a intensidade, a cor e a frequência das várias mensagens; isto aplica-se especialmente a alarmes e à emissão de luzes de aviso (por exemplo, as utilizadas em máquinas pesadas nas estradas). Os faróis rotativos são também utilizados em instalações industriais, onde avisam sobre o funcionamento de máquinas, o fechamento/abertura de portões, mecanismos encravados, etc. São sinais perfeitamente legíveis que se encontram habitualmente nos transportes, na logística, nos armazéns, etc. No passado, eram utilizadas lâmpadas de halogéneo ou de xénon para transmitir estes avisos, mas atualmente estão a ser gradualmente substituídas por semicondutores mais resistentes e quase igualmente eficientes, ou seja, LED.
Por motivos de diversas ordens, a utilização de sinalização visual-acústica é necessária ou, pelo menos, recomendada. É mais provável que os destinatários registem essa mensagem "dupla", sobretudo em condições não ideais: num dia de sol, o clarão de uma lâmpada será tão abafado como o alarme emitido por uma campainha no meio do ruído de maquinaria pesada. Por isso, no domínio dos dispositivos de sinalização, um dos produtos mais populares são as lâmpadas integradas com um emissor de som. Os seus componentes não diferem dos descritos acima, embora possam aparecer em várias combinações: um sinal sonoro intenso não tem necessariamente de ser acompanhado por uma luz de intensidade igualmente agressiva (por exemplo, os alarmes de incêndio evitam flashes que possam induzir em erro as pessoas que evacuam o local).
Colunas de sinalização
Um tipo específico de sinais visuais e visuais/acústicos são as colunas de sinalização, que são uma torre combinada de várias lâmpadas e, opcionalmente, também um altofalante. Estas soluções são mais frequentemente encontradas em variantes modulares, mas também estão disponíveis em versões compactas (aqui domina o esquema clássico de cores verde-amarelo-vermelho). As versões modulares têm, naturalmente, a vantagem de permitir a adaptação do sinal aos requisitos de um local de trabalho específico, à prática adotada nas instalações ou aos regulamentos locais. Isto aplica-se não só a cores, mas também ao método de emissão de sinais (contínuo, intermitente, pulsante). Uma vantagem importante das colunas modulares é a escalabilidade.
Assim, para alguns casos, em que inicialmente é suficiente instalar uma única lâmpada, vale também a pena considerar a utilização de uma solução modular. As colunas de sinalização são normalmente instaladas sobre uma base que serve também de ligação ou de distribuidor, por vezes sobre um pé adicional com uma manga para otimizar a altura e a visibilidade. Estão disponíveis em variantes redondas (formato cilíndrico) e de montagem na parede (com uma face curva para garantir o maior raio de emissão possível).
Áreas com risco de explosão
Talvez o ambiente de trabalho mais difícil para dispositivos de sinalização seja áreas com risco de explosão (Ex), onde podem ocorrer fugas de substâncias voláteis ou líquidos inflamáveis (fábricas de gás, petroquímicas) ou onde são armazenados materiais perigosos (por exemplo, munições). Nestes espaços, um fator importante não é apenas a sinalização eficaz, mas também a necessidade de utilizar produtos devidamente certificados. As considerações são óbvias: se o alarme provocar uma faísca após a ativação ou durante o funcionamento, pode haver o risco de incêndio ou explosão. Por conseguinte, está excluída a utilização de soluções como campainhas ou elementos eletromecânicos. Além disso, os equipamentos de sinalização devem ser alimentados com a utilização de um Isolador intrinsecamente seguro ou desempenhando a mesma função de barreiras Zener. Neste contexto aplicam-se alguns regulamentos internacionais, como, por exemplo, a Diretiva ATEX aplicável nos países da UE.
