Circuitos eletrônicos são sensíveis. Pequenos deslizes, erros ou mesmo problemas de componentes podem fazer com que um projeto não funcione. Testamos todos os componentes antes de enviá-los a você, mas conforme dissemos, tudo pode acontecer. Acontece com seu televisor, celular e todos os equipamentos eletrônicos. Damos a seguir algumas dicas importantes para o caso de seu projeto não funcionar como você esperava.

 

a) Verificar se as pilhas estão em bom estado

Pilhas gastam, às vezes até mesmo sem usar ou já vem com problemas dependendo de onde sejam adquiridas. As 4 pilhas que usamos na alimentação dos nossos projetos normalmente duram muito, devendo fornecer uma tensão de 6 V.

Se a pilha está só um pouco gasta, fornecendo uma tensão um pouco menor, o circuito do projeto ainda pode funcionar, mas eventualmente com deficiência. Um LED vai acender mais fraco, o buzzer vai apitar mais fraco, etc.

 

Existem muitas maneiras de se verificar se as suas pilhas estão boas:

- A primeira consiste em se usar um teste de pilhas como o da figura 1. Para você que é amador, não compensa investir em um. Mas se você é professor e vai trabalhar com muitos kits e também com muitas pilhas pode ser interessante ter um.

 

Teste de pilhas
Teste de pilhas

 

 

- A segunda consiste em se testar as pilhas num aparelho que as use e verificar se ele funciona, um radinho, uma lanterna, etc.

- Finalmente podemos montar um circuito de teste, por exemplo, o Projeto 1 – Acendendo um LED. O circuito é muito simples e se você testar com pilhas boas, depois é só usar as que você tem dúvida e ver se ele acende. Se acender fraco ou não, as pilhas estão fracas ou esgotadas.

 

Atenção: não misture pilhas boas com pilhas fracas, pois depois se você não tiver um teste melhor não saberá como separá-las.

 

 

Dica

Se você tem um multímetro pode usar este instrumento para um teste do conjunto medindo a tensão. Nossa série de livros Como testar componentes eletrônicos  pode ser muito útil para ter na biblioteca da escola.

E, temos um artigo no site que pode ser útil:

INS047 – Como testar pilhas

https://www.newtoncbraga.com.br/testando-compontentes/1562-ins047.html 

 

b) Verificar se as pilhas estão colocadas na posição correta no suporte

Não é difícil ocorrer que as pilhas não estejam bem encaixadas no suporte e pior do que isso, que impede a passagem da corrente. Pode ocorrer que uma delas esteja colocada na posição errada, ou seja, invertida.

Os 6 V que precisamos vem de 4 pilhas de 1.5 V ligadas em série. Assim, suas tensões se somam. No entanto se três estiverem corretas teremos 4,5 V e uma invertida sua tensão se subtrai das demais, ou seja, teremos 4,5V – 1,5 V o que resulta 3 V. Uma pilha invertida e teremos 3 V em lugar de 6 V. Se invertermos duas, teremos 0V.

 


 

 

 

c) Conferir a montagem

Os furos das matrizes de contatos são pequenos e estão muito próximos. É muito comum que em lugar de encaixarmos um fio ou um componente, mesmo observando o desenho, o coloquemos no furo ao lado. É obvio que isso impedirá que o projeto funcione.

Mesmo que você tenha uma boa visão, recomendamos que disponha de uma lente de aumento. E se você precisa de óculos para ver coisas pequenos, não deixe de usá-lo para conferir sua montagem.

Uma regrinha para ficar mais fácil

- Em primeiro lugar verifique se todos os componentes estão encaixados na posição correta.

- Confira os valores dos componentes como resistores e outros que possuem valores. Para os resistores, estes valores são dados pelas faixas coloridas. Veja que a ordem de leitura é da ponta par o centro, como mostra a figura 3.

 

 

Código de resistores
Código de resistores

 

 
COR 1a faixa 2a faixa 3a faixa 4a faixa
Preto 0 1 - -
Marrom 1 10 1% 100
Vermelho 2 100 2% 50
Laranja 3 1 000 - 15
Amarelo 4 10 000 - 25
Verde 5 100 000 0,5% -
Azul 6 1 000 000 0,25% 10
Violeta 7 10 000 000 0,1% 5
Cinza 8 100 000 000 0,05% -
Branco 9 1 000 000 000 - 1
Dourado - 0.1 5% -
Prateado - 0.01 10% -

 

Por exemplo, para o resistor indicado, as duas primeiras faixas, vermelho e azul, indicam 26. A terceira faixa, verde indicam 5 zeros. Temos então 2 500 0000. A quarta faixa, prata indica 10% de tolerância. Trata-se, portanto, de um resistor de 2,5 M ohms com 10% de tolerância.

Para os resistores de 3 faixas temos as duas primeiras indicando os dígitos e a terceira o multiplicador.

Para montagens simples, você não precisa conhecer os códigos, pois eles são dados na lista de materiais, mas se você pretende ir além é bom conhecer como são lidos. Veja no link no final como aprender mais sobre isso.

- Depois confira todas as ligações com especial atenção as pilhas, verificando sua polaridade (cor dos fios). Aperte cada uma para certificar-se de que estão fazendo bom contato (bem encaixadas).

- Se não encontrar nada de anormal, retire os componentes um a um e faça seu teste ou simplesmente substitua. No kit são enviados componentes em duplicata, justamente para o caso de haver uma queima eventual de um deles. Mas, tenha cuidado, não são enviadas muitas duplicatas! Observamos que o circuito que serve para testar pilhas também serve para testar LEDs

 

 

Mais Dicas

a) Componentes que quebram no encaixe da matriz

Pode ocorrer que de tanto encaixar e desencaixar um componente o seu terminal quebre e uma parte fique presa na matriz. Para soltar esse pedaço de terminal, use uma pinça.

 

b) Componentes que não encaixam direito

Pode ocorrer que, por defeito de fabricação, um ou outro furo da matriz não venha totalmente aberto dificultando o encaixe dos terminais dos componentes. Você tem duas alternativas possíveis para resolver esse problema, caso o seu projeto exija o uso de um furo com este problema.

- Alargue o furo com cuidado usando uma ferramenta que pode ser uma chavinha de fendas bem fina.

- Use o furo ao lado que esteja conectado à mesma linha e que não esteja sendo usado.

 

c) Manutenção de sua matriz

- Use um cotonete em álcool periodicamente para manter sua matriz em boas condições

- Eventualmente borrife um limpador apropriado para contatos elétricos como o WD-40.

- Nunca use água

 

d) Usando componentes que não são feitos para matriz

Se você chegou ao ponto em que deseja experimentar em seus projetos componentes que não têm terminais que foram feitos para encaixar na matriz de contato, isso não impede seu uso.

Você pode, por exemplo, aproveitar potenciômetros, alto-falantes e sensores, simplesmente soldando em seus terminais pedaços de fios rígidos. Os fios rígidos não mais são vendidos no comércio especializado. No entanto, ainda são usados em linhas telefônicas. Aquele fio cinza pode ser aproveitado de sucatas ou de outros lugares. Na figura mostramos como soldar num potenciômetro.

 

Adaptando fios a componentes não próprios para matrizes
Adaptando fios a componentes não próprios para matrizes | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Um problema que pode dar uma certa dor de cabeça é o encaixe das conexões das pilhas na matriz de contato, no kit vem o borne para conectar e fixar os fios na matriz, porém existe outras formas de conexão, sendo a primeira de estanhar os fios com solda para deixar a ponta mais rígida. Outra forma é climpar as pontas com um conector de pino como podemos ver na foto abaixo.

 

 

 

e) Usando coisas diferentes aproveitadas de sua sucata

Se você gosta de fazer experiências, ou ainda encontrou numa publicação um projeto na matriz que você gostara de experimentar e ele não usa componentes do kit, isso não impede que você faça sua montagem.

Se você obteve o componente de uma sucata ou mesmo comprou numa loja ou pela internet, você pode adaptá-lo e usar com sua matriz. Precisa apenas ter o cuidado de saber como usar no circuito, para não danificar outros componentes ou ele mesmo.

Cuidado: não use a matriz de contatos em projetos que sejam ligados à rede de energia.

 

f) Lendo os valores dos componentes

Os componentes são especificados por códigos e valores. Para usar corretamente, se você pretende ir além e usar componentes obtidos de sucata, de outros aparelhos ou comprados, você precisa aprender a ler os códigos.

 

g) Aprendendo mais

Para aprender mais temos diversos artigos no site e também livros. Veja nossa seção de Livros Técnicos - NCB.

 


 

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Projeto 2 – Controlando o Brilho do LED

Projeto 3 - Controlando dois LEDs com um potenciômetro

Projeto 4 – O transistor como chave

Projeto 5 - Alarme de luz com LDR

Projeto 6 – Alarme de sombra

Projeto 7 – Temporizador com LED

Projeto 8 – Sensor de toque Darlington

Projeto 9 – Pisca-Pisca Astável

Projeto 10 – Pisca-Pisca astável controlado pela luz

Projeto 11 – Produzindo sons

Projeto 12 – Oscilador controlado pela luz

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